6. TOMAR BANHO NO RIO, PESCAR DE CANIÇO…. QUE DELÍCIA!
Tenho boas recordações dessa fase da minha infância. Lembro-me que no período das férias escolares, que começavam em dezembro e terminavam em fevereiro (três meses!) eu ia para a casa de minha tia-avó Honorina.
Lá, junto com meus primos, aprendi a nadar no rio; a pescar de caniço (uma vara comprida, com um longo fio de nylon e um anzol na ponta, onde colocávamos a isca para pegar peixe); a remar; a colher espiga de milho no milharal; a debulhar milho; a cuidar de passarinho, de periquito, de papagaio; a construir casinha para brincar de família.
Quem pensa que criança precisa de brinquedos caros e sofisticados para brincar, desconhece que é nesta fase da vida que o ser humano mais coloca em prática a sua imaginação e criatividade. Para mim, criança nascida na cidade, onde não tinha oportunidade de ter contato direto com a natureza, passar as férias na casa de minha tia-avó Honorina era o momento mais esperado do ano. Porque era lá que eu ia ver de perto, ao vivo e à cores, o que eu lia em algumas lições da escola. Por exemplo, o que era um rio? Os livros me informavam que rio era uma corrente de água onde vivem os peixes. Mas, era diferente ver um rio, tomar banho nas suas águas, ver os peixes nadando dentro dele! E haviam outras informações que em geral, os livros não traziam. Era sobre o perigo das correntezas; sobre o período das chuvas, quando os rios transbordam e alagam as casas dos ribeirinhos; sobre os animais que vivem nas suas margens principalmente cobras e jacarés. Os livros não me ensinavam como evitar esses perigos, mas a vivência com a realidade, durante essas férias, valiam como aulas onde eu aprendia lições preciosas.