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Minhas Memórias

Minhas Memórias – cap. 8

By 28 January 2020No Comments

8. A FAMÍLIA DE MEU PAI

          Meu pai tinha muitos irmãos. O nome de sua mãe, minha avó paterna, era Floripes, que eu tive o prazer de conhecer. Era uma mulher de fala mansa e baixa. Quando eu nasci meu avô paterno já havia morrido. A família era formada por dez irmãos: a irmã mais velha, que morreu ao dar a luz sua única filha (nunca soube seu nome), Abdias, Dolores, Raimundo, Francisco, Gabriel, Doralice, Doracy, Pedro e José. 

          Meu pai tinha mais relacionamento com meu tio Abdias. Lembro que era comum em alguns dias de festas, como nossos aniversários, os primos irem para a casa do aniversariante passar o dia junto com a família. Isso ocorria sempre com os meus primos Nilson, Nilce, Nílzia, Sílvia e eu. Os outros irmãos de meu pai moravam muito longe de nossa casa e ficava mais difícil o contacto mais frequente eles.

          A irmã mais velha de papai, da qual não sei o nome, morreu ao dar a luz sua única filha Maria Amélia. Tio Abdias era policial e trabalhava para o Governo do Estado do Amazonas. Tia Dolores apaixonou-se por um bandido que estava preso e que conseguiu fugir. Tia Dolores fugiu com ele e só anos mais tarde deu notícias. Não sei exatamente qual o motivo da prisão do homem e nem seu nome. Quando eu já estava morando na casa do Tio Abdias, Tia Dolores veio a Manaus visitar a família, com um filhinho pequeno, por nome Allan. Era muito bonita. 

          Tio Raimundo e Tio José trabalhavam no porto de Manaus descarregando e carregando os navios que navegavam no Rio Amazonas. Francisco (meu pai) trabalhava no comércio comprando e vendendo. Foi o que fez ao longo de sua vida. Não tenho lembranças de qual era o trabalho de meu Tio Gabriel. Mas sei que ele morreu vítima de tuberculose, apesar de ter ido para um Hospital em São José dos Campos em São Paulo, fazer tratamento, na época. 

          Tia Doralice nunca se casou. Lembro que ela queria ser freira e até internou-se num convento em Manaus para receber o hábito. Mas, de repente, ela deixou o convento e não quis mais saber de ser freira. Nunca soube os verdadeiros motivos que a levaram desistir. Mas sei que ela ficou muito decepcionada com a Igreja Católica, o que a levou frequentar outros grupos religiosos como o espiritismo. A informação que ela me deu quando a vi pela última vez, é que estava se reunindo com um grupo evangélico.

          Tia Doracy aprendeu a cuidar de doentes junto com as freiras do Patronato Santa Terezinha. E por isso foi trabalhar entre os índios no Alto Rio Negro. Lá conheceu um rapaz com o qual casou-se, passando depois a morar em Manaus.

          Tio Pedro era carpinteiro. Casou-se com uma mulher bem mais velha que ele. Depois mudou-se para São Paulo e até onde sei, trabalhava na construção civil. 

          Minha avó paterna morreu já bem velhinha. Acho que já tinha mais de 90 anos. Tia Doralice foi quem cuidou dela até o fim.        

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