LIÇÕES DE PORTUGUÊS – ROTEIRO Nº 18
1. TEMA: Noções de Morfologia. Artigo. Formas combinadas do artigo. A importância, os valores e o emprego do artigo
2. PRÉ-REQUISITO: Ter concluído, com êxito, o Roteiro Nº 17.
3. META: As atividades deste Roteiro foram organizadas com a finalidade de proporcionar condições de aprendizagem para o uso correto do artigo.
4. PRÉ-AVALIAÇÃO: O objetivo da pré-avaliação é diagnosticar o quanto se tem conhecimento de um assunto. Para isso, basta que você responda à Auto-avaliação que está no final deste Roteiro, antes de ler qualquer texto existente nele. Se você alcançar um resultado igual ou superior a 80 pontos, não precisa estudar o assunto, pois você já o domina suficientemente. Caso contrário, vá direto para as Atividades de Estudo.
5. ATIVIDADES DE ESTUDO: Ler com entendimento é pré-requisito para se aprender qualquer coisa através da leitura. Por isso, leia o texto do Anexo A para treinar sua interpretação. Embora a leitura dos anexos em si seja também interpretação de texto, ela é voltada para uma finalidade mais específica que é a aprendizagem dos conceitos gramaticais. O texto do Anexo A é mais genérico e serve de treinamento para a compreensão geral da língua. Portanto, faça o seguinte:
a) Tenha um dicionário de Português ao seu alcance, para consultá-lo sobre as palavras que você desconhece o significado;
b) Procure um lugar sossegado para ler os textos e fazer os exercícios.
c) Leia primeiro o texto; faça os exercícios logo em seguida; compare suas respostas com o gabarito e veja o que errou; retorne ao texto para verificar o porquê do erro.
6. PÓS-AVALIAÇÃO: Após ter feito o estudo dos textos e os exercícios, responda às questões propostas na Auto-avaliação. Creio que você agora, acertará todas. Caso isso não aconteça, consulte as orientações dadas nas Atividades Suplementares.
7. ATIVIDADES SUPLEMENTARES: Se você não conseguiu alcançar 80 pontos na Pós-avaliação, volte à leitura dos textos, agora com mais atenção. Sem pressa. A leitura com compreensão é a base da aprendizagem.
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
PANACEIA INDÍGENA
(STANISLAW PONTE PRETA, Garoto Linha Dura)
1. Diz que o pajé da tribo foi chamado à tenda do cacique. Quando o pajé entrou, o cacique estava deitado, meio sobre o gemebundo, se me permitem o termo. A perna do cacique estava inchada, mais inchada que coxa de corista veterana. Tinha pisado num espinho envenenado. O pajé examinou, deu uns dois ou três roncos de pajé e depois aconselhou:
2. – Chefe tem de passar perna folha de galho passarinho azul pousou.
3. Disse e se mandou, ficando os índios do “staff” do cacique (cacique também tem “staff“) encarregados de arranjar a tal folha. Depois de muito procurarem, viram um sanhaço pousado num galho de mangueira e trouxeram algumas folhas. Mas – eu pergunto – o cacique melhorou? E eu mesmo respondo: aqui! ó…
4. No dia seguinte estava com a perna mais inchada. Chamaram o pajé de novo. O pajé veio, examinou e lascou:
5. – Hum… hum… perna grande guerreiro melhorou nada com folha galho passarinho azul pousou. Precisa lavar com água de Lua.
6. Disse e se mandou. O “staff” arranjou uma cuia e botou a bichinha bem no meio da maloca, cheia de água, que era para – de noite – a Lua se refletir nela. Foi o que aconteceu. De noite houve Lua e, de manhãzinha, foram buscar a cuia e lavaram com a água a perna do cacique.
7. O pajé já até tinha pensado que o chefe ficara bom, pois não foi mais chamado. Passados uns dias, no entanto, voltaram a apelar para seus dotes de curandeiro. Lá foi o pajé para a tenda do cacique, encontrou-o deitado com a perna mais inchada que cabeça de botafoguense. Aí o pajé achou que já era tempo de acabar com aquilo. Examinou bem, fez um exame minucioso e sentenciou:
8. – Cacique vai perdoar pajé, mas único jeito é tomar penicilina!
Responda às questões a respeito do texto:
1. O pajé foi chamado à tenda do cacique para curá-lo de um mal. O que causou esse mal? ______________________________________________
2. Para enfatizar o inchaço da perna do cacique, o autor fez duas comparações maldosas. Identifique quais e transcreva-as aqui.
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3. O que o pajé receitou ao cacique, nas duas primeiras visitas?
___________________________________________________________________________________
4. O pajé foi chamado pela terceira vez porque:
a. ( ) o tratamento prescrito anteriormente não surtiu efeito.
b. ( ) os índios do “staff” foram negligentes ao administrar o tratamento.
c. ( ) os métodos curativos indígenas não curam antes da terceira sessão.
d. ( ) houve interpretação errônea da receita.
5. O autor afirma que o pajé receitou penicilina. Com isso, pretende fazer-nos rir, pois a penicilina é totalmente estranha à medicina tradicional dos índios. Analisando melhor essa afirmação, notamos que o autor pretende também:
a. ( ) demonstrar que até os caciques vivem cercados de auxiliares incompetentes.
b. ( ) menosprezar o tratamento dos curandeiros, mostrando que ele de nada vale.
c. ( ) enaltecer o progresso dos indígenas, que conhecem medicamentos modernos.
6. Pelo contexto, você deve ter concluído que panaceia (título do texto) é:
a. ( ) anedota, piada, história divertida
b. ( ) confusão, atropelo, correria
c. ( ) remédio, aquilo que pode curar
7. Dá-se o nome de oca à construção em que moram os índios. Essa palavra, entretanto, não foi usada no texto. Que palavra o autor usou para referir-se à casa dos índios? __________________________________
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GABARITO:
- um espinho envenenado
- a) a coxa de corista veterana b) cabeça de torcedor do Botafogo
- a) folha de galho em que pousou passarinho azul
b) água de Lua
4. letra A
5. letra B
6. letra C
7. tenda
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ANEXO B – O ARTIGO
ARTIGOS
|
Classificação |
definido | |
indefinido | |||
FLEXÃO |
Gênero |
masculino | |
feminino | |||
Número |
singular | ||
plural |
O artigo é uma palavra variável que anuncia a presença do substantivo, dando-lhe sentido definido ou indefinido. Quase todos os substantivos aceitam a companhia do artigo. Veja os exemplos:
O menino correu para encontrar a mãe.
As ruas estavam desertas.
Os trabalhadores discutiram a pauta da reunião.
Quando dizemos: o menino, a mãe, as ruas, os trabalhadores, a pauta temos a idéia precisa, determinada, definida do substantivo a que nos referimos. Esses artigos são chamados de artigos definidos e são: o, a, os, as. Veja agora esses exemplos:
Um menino saiu correndo.
Uma mulher mandou um presente para João.
Uns garotos jogam bola no terreno baldio.
Ao dizermos: um menino, uma mulher, um presente, uns garotos temos uma idéia vaga, imprecisa, indefinida do substantivo a que nos referimos. Esses artigos são chamados de artigo indefinidos e são: um, uma, uns, umas.
Como dissemos, quase todos os substantivos aceitam a companhia do artigo. Entretanto, com nomes de pessoas e de lugar, o artigo pode ou não ser usado, a não ser que queiramos enfatizar a afetividade, familiaridade ou proximidade com a pessoa em questão.
Ex.: Antonio escreveu uma carta. O Antonio foi ao supermercado.
Exercícios.
Separe, no quadro abaixo, os artigos e os substantivos a que se referem, nas seguintes frases:
1) A bela fazenda era imensa.
2) Estava um lindo dia.
3) Isaura foi para a pescaria.
4) Estamos combinando uns bons passeios.
5) Era uma vez um homem que estava pescando. Até que apanhou um peixinho.
6. Os peixinhos eram azulados e engraçadinhos.
ARTIGOS |
SUBSTANTIVOS |
|
DEFINIDOS | INDEFINIDOS | |
1. | ||
2. | ||
3. | ||
4. | ||
5. | ||
6. |
____________________________________________________________
Gabarito:
ARTIGOS |
SUBSTANTIVOS |
|
DEFINIDOS | INDEFINIDOS | |
1. a |
– |
fazenda |
2. – |
um |
dia |
3. a |
– |
pescaria |
4. – |
uns |
passeios |
5. – |
uma, um, |
Vez, homem, peixinho |
6. os |
– |
peixinhos |
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ANEXO C – FORMAS COMBINADAS DO ARTIGO
Os artigos definidos e indefinidos podem combinar-se com as preposições: a, de, em, por. Veja o quadro:
Preposições |
Artigos definidos |
Artigos indefinidos |
||||||
o |
a |
os |
as |
um |
uma |
uns |
umas |
|
a de em por(per)** |
ao do no pelo |
à* da na pela |
aos dos nos pelos |
às* das nas pelas |
– dum num – |
– duma numa – |
– duns nuns – |
– dumas numas – |
Obs.: *. Quando unimos a preposição “a” com o artigo “a”, representamos essa fusão com à (a craseado) que será objeto de estudo mais adiante.
**. A forma latina da preposição “per” permanece ao unirmos os artigos, porque não perderam o “e” entre as consoantes, no decorrer da sua evolução ortográfica.
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ANEXO D – A IMPORTÂNCIA, OS VALORES E O EMPREGO DO ARTIGO
1. Compare os trechos abaixo:
“Numa estação estava um pretinho com um cavalo, trazendo umas esporas, um rebenque e um pano branco.”
Na estação estava o pretinho com o cavalo, trazendo as esporas, o rebenque e o pano branco.
Na primeira frase, os substantivos são apresentados apenas genericamente. Já na segunda os substantivos são restringidos no seu significado, isto é, não é qualquer estação, pretinho, cavalo, esporas, rebenque, pano branco.
Em função disso, o artigo definido indica um sinal de notoriedade, de conhecimento prévio e individualizado; ao contrário do artigo indefinido que indica falta de notoriedade, de conhecimento individualizado.
2. O artigo também pode transformar palavras de outras categorias gramaticais em substantivo. Veja:
. O verde da mata supera o cinza da estiagem. (verde/cinza, adjetivos transformado em substantivos)
. O não machuca; o sim, alegra. (não/sim, advérbios transformados em substantivos).
. Ela tem um quê que encanta. (que, conjunção transformada em substantivo)
. O obedecer é melhor que o sacrificar. (obedecer/sacrificar, verbos transformados em substantivos)
. O olá foi dito em tom de ironia. (olá, interjeição transformada em substantivo)
. O meu eu não consegue afinar-se com essa situação. (eu, pronome transformado em substantivo)
Ao usarmos esses recursos que o artigo nos oferece, em nossa redação, estaremos registrando nossas idéias, através da escrita, de maneira elegante e criativa.
3. O artigo faz distinção entre o gênero e o número dos substantivos, identificando-os. Veja os exemplos:
o Amazonas (rio) a amazona (mulher que anda à cavalo)
o pires (singular) os pires (plural)
o pianista (masculino) a pianista (feminino)
o grama (medida de peso) a grama (planta rasteira)
o cliente (masculino) a cliente (feminino)
um pirata (masculino) uma pirata (feminino)
o cabeça (líder) a cabeça ( parte do corpo)
o caixa (lugar onde se recebe dinheiro) a caixa (objeto onde se guardam outros objetos)
o capital (dinheiro) a capital (cidade sede de governo)
o guarda (masculino) a guarda (feminino)
o guia (masculino) a guia (feminino)
o lente (professor) a lente (de óculos)
o lápis (singular) os lápis (plural)
Percebe-se que sem a presença do artigo antes das palavras acima, seria muito difícil identificar o gênero, o número e o seu significado.
4. Também o artigo é usado antes de pronome possessivo (meu, minha, teu, tua, nosso, nossa, vosso, vossa, dele, dela) para enfatizar essa posse por parte do possuidor. Veja:
Esta caneta é minha. Esta caneta é a minha.
Na primeira frase, está evidente a simples posse da caneta. Na segunda frase, o artigo define qual a caneta que é a minha, dentre as que existem.
Ainda há outras particularidades quanto ao uso do artigo, mas as principais são as que acabamos de estudar.
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AUTO-AVALIAÇÃO
A) Identifique todos os artigos (definidos, indefinidos, combinados com preposição) no texto “Panacéia indígena”.
B) No texto existe uma situação de emprego do artigo que foi utilizado pelo autor para enfatizar a idéia particular do substantivo. Identifique-o e explique.
1. Diz que o pajé da tribo foi chamado à tenda do cacique. Quando o pajé entrou, o cacique estava deitado, meio sobre o gemebundo, se me permitem o termo. A perna do cacique estava inchada, mais inchada que coxa de corista veterana. Tinha pisado num espinho envenenado. O pajé examinou, deu uns dois ou três roncos de pajé e depois aconselhou:
2. – Chefe tem de passar perna folha de galho passarinho azul pousou.
3. Disse e se mandou, ficando os índios do “staff” do cacique (cacique também tem “staff“) encarregados de arranjar a tal folha. Depois de muito procurarem, viram um sanhaço pousado num galho de mangueira e trouxeram algumas folhas. Mas – eu pergunto – o cacique melhorou? E eu mesmo respondo: aqui! ó…
4. No dia seguinte estava com a perna mais inchada. Chamaram o pajé de novo. O pajé veio, examinou e lascou:
5. – Hum… hum… perna grande guerreiro melhorou nada com folha galho passarinho azul pousou. Precisa lavar com água de Lua.
6. Disse e se mandou. O “staff” arranjou uma cuia e botou a bichinha bem no meio da maloca, cheia de água, que era para – de noite – a Lua se refletir nela. Foi o que aconteceu. De noite houve Lua e, de manhãzinha, foram buscar a cuia e lavaram com a água a perna do cacique.
7. O pajé já até tinha pensado que o chefe ficara bom, pois não foi mais chamado. Passados uns dias, no entanto, voltaram a apelar para seus dotes de curandeiro. Lá foi o pajé para a tenda do cacique, encontrou-o deitado com a perna mais inchada que cabeça de botafoguense. Aí o pajé achou que já era tempo de acabar com aquilo. Examinou bem, fez um exame minucioso e sentenciou:
8. – Cacique vai perdoar pajé, mas único jeito é tomar penicilina!
_____________________________________________________________
Gabarito:
Questão A.
1. Diz que o pajé da tribo foi chamado à tenda do cacique. Quando o pajé entrou, o cacique estava deitado, meio sobre o gemebundo, se me permitem o termo. A perna do cacique estava inchada, mais inchada que coxa de corista veterana. Tinha pisado num espinho envenenado. O pajé examinou, deu uns dois ou três roncos de pajé e depois aconselhou:
2. – Chefe tem de passar perna folha de galho passarinho azul pousou.
3. Disse e se mandou, ficando os índios do “staff” do cacique (cacique também tem “staff“) encarregados de arranjar a tal folha. Depois de muito procurarem, viram um sanhaço pousado num galho de mangueira e trouxeram algumas folhas. Mas – eu pergunto – o cacique melhorou? E eu mesmo respondo: aqui! ó…
4. No dia seguinte estava com a perna mais inchada. Chamaram o pajé de novo. O pajé veio, examinou e lascou:
5. – Hum… hum… perna grande guerreiro melhorou nada com folha galho passarinho azul pousou. Precisa lavar com água de Lua.
6. Disse e se mandou. O “staff” arranjou uma cuia e botou a bichinha bem no meio da maloca, cheia de água, que era para – de noite – a Lua se refletir nela. Foi o1 que aconteceu. De noite houve Lua e, de manhãzinha, foram buscar a cuia e lavaram com a água a perna do cacique.
7. O pajé já até tinha pensado que o chefe ficara bom, pois não foi mais chamado. Passados uns dias, no entanto, voltaram a apelar para seus dotes de curandeiro. Lá foi o pajé para a tenda do cacique, encontrou-o2 deitado com a perna mais inchada que cabeça de botafoguense. Aí o pajé achou que já era tempo de acabar com aquilo. Examinou bem, fez um exame minucioso e sentenciou:
8. – Cacique vai perdoar pajé, mas único jeito é tomar penicilina!
Questão B:
Linha 20. “…e lavaram com a água…” O artigo “a” nesta situação está enfatizando que a água usada para lavar a perna do cacique, não foi qualquer água, mas aquela colocada na cuia para receber a reflexo da luz da Lua, pois segundo o pagé somente aquela água poderia curar a doença.
Observações:
1. Foi o1 que aconteceu. (par. 6) O “o” dessa frase é um pronome demonstrativo = aquilo
2 …encontrou-o2 deitado… (par. 7) O “o” dessa frase é um pronome pessoal do caso oblíquo.
Você deve se considerar aprovado se houver acertado 80% das respostas., isto é, ter dado 36 respostas certas.
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LEITURA PARA REFLETIR
PODE ACONTECER
Pode acontecer o seguinte. As revelações sobre o envolvimento de figuras do governo passado em crimes e escândalos chegam a ponto critico. Civis e militares de graduação inimaginável vêem-se na iminência, não de ir para a cadeia, o que contraria os hábitos brasileiros, mas de serem expostos como corruptos, torturadores, etc. O que, sei lá, seria chato. Os protestos contra “revanchismo” não adiantam. É preciso agir para deter a torrente de denúncias que ameaça destruir, na sua fúria persecutória, tudo o que o regime passado deixou de bom. Como, por exemplo, o, a… hum. Bem, é preciso agir.
O golpe é decidido num telefonema no meio da noite. Falam em código.
– Alô, Mão em Cumbuca? Boca na Botija.
– Fala, Boca.
– Tudo certo para amanhã?
– Tudo.
– Tem certeza?
– Tenho. Houve resistência, mas o argumento de que até o Antonio Carlos está nas mãos dos comunistas foi decisivo. A maioria aderiu.
– Quer dizer que…
– Lá vamos nós outra vez.
– Será que não há outro jeito?
– Bem, se você quer ver nos jornais a história de como você roubava material do seu gabinete para vender…
– Ssssh!
– Nunca entendi. Você não se contentava com seu salário de…
– Ssssh!
– Tinha que vender os clipes de papel?!
– E você? E você?
– O que que tem eu?
– E o cabaré no porão do minis…
– Ssshhh!
– Bom, agora não adianta ficar lamentando. O importante é que ninguém descubra. Como está o plano?
– Não pode falhar. Cercaremos o Congresso. Os congressistas se renderão. Usando os congressistas como reféns, exigiremos a capitulação do governo e das forças leais a Sarney.
– Uma vez no poder, censuraremos a imprensa. De novo.
– Exato.
– Boa sorte, Mão!
– Certo, Boca.
No dia seguinte.
– Alô, Mão em Cumbuca?
– Não tem ninguém aqui com esse codinome.
– Já vi que não deu certo…
– É.
– O que houve?
– Atacamos o Congresso. Fomos direto ao cerne da democracia. Cercamos o prédio. Entramos para render os congressistas.
– E?
– E não encontramos ninguém!
– O quê?
– Bom, para não dizer que não tinha ninguém, tinha uma taquígrafa. Pensamos em usá-la como refém mas acabamos desistindo.
– Assim não dá!
– É. É impossível golpear as instituições se elas não estão onde deviam estar!
– O que vamos fazer agora, Mão?
– Eu, se fosse você, dava o fora do país, Boca.
– E de onde você pensa que eu estou falando, Mão?
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se Ler na Escola)
Excelente. Nota 10.
Muito Bom***
Excelente. Vou adicionar aos favoritos.
Gostei muito deste Blog, é excelente!