Curso de Redação – Roteiro nº 3
1 – TEMA: Usos e abusos do vocabulário. Elementos da comunicação. Redação de bilhetes.
2 – PRERREQUISITO: Gostar de ler
3 – METAS: Ao final do estudo deste Roteiro os alunos deverão:
- Ter conhecimento sobre o cuidado no uso das palavras na nossa comunicação
- Saber identificar os elementos básicos da comunicação
- Saber redigir um bilhete.
4 – ATIVIDADES DE ESTUDO:
a) Leia os Anexos A, B e C. Faça os exercícios, depois de ter certeza que entendeu bem as explicações dadas.
b) Por fim, faça uma última leitura e reveja todos os exercícios com o objetivo de fixar os conceitos estudados.
c) Faça a avaliação existente no final deste Roteiro. Corrija-a de acordo com o gabarito, atribuindo a pontuação definida. Se você alcançou 80 pontos, vá em frente. Estude o Roteiro 4 do Curso de Redação.
d) Se encontrar dificuldades, procure um professor de português ou um amigo que possa ajudá-lo a esclarecer as dúvidas surgidas no decorrer do estudo.
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ANEXO A – USOS E ABUSOS DO VOCABULÁRIO
Certos casos da política, de tão inacreditáveis, acabam virando parte do anedotário nacional. Ou vice-versa. Algumas piadas traduzem tão bem determinadas características da cultura política que assumem ares de verdade.
Em uma das hipóteses, se encaixa a correspondência trocada, cerca de 20 anos atrás, entre o prefeito de Bom Sucesso (MG) e o então Secretário Estadual do Interior, Ovídeo de Abreu.
Conta o deputado Elias Murad (PSDB-MG) que Abreu sempre gostou de falar difícil. Numa certa ocasião, o Secretário recebeu a informação de que Bom Sucesso (MG) sofreria um tremor de terra capaz de quebrar copos e trincar pratos. Preocupado, expediu rapidamente um telegrama ao prefeito:
“Movimento sísmico previsto essa região. Provável epicentro movimento telúrico sua cidade. Obséquio tomar providências logísticas cabíveis.”
O secretário esperou ansioso pela resposta. Quatro dias depois chegava o telegrama do prefeito:
“Movimento sísmico debelado. Epicentro preso, incomunicável, cadeia local. Desculpe demora. Houve terremoto na cidade.”
(Folha de São Paulo, 24/nov/1992)
A história relatada demonstra a importância que o vocabulário tem nos atos de comunicação. O desconhecimento do significado das palavras pode impedir que as pessoas se comuniquem ou recebam a informação de forma correta, como no caso acima. Fica evidente que comunicar não é fazer uso de palavras difíceis, que poucos conhecem.
A clareza naquilo que escrevemos é muito importante, pois sem essa qualidade nosso texto corre o risco de não ser entendido. Para isso, o emprego de palavras conhecidas é fundamental. Mas além de conhecer o significado das palavras, também é necessário ter um bom domínio das regras básicas de gramática.
Escrever bem não é expressar-se com palavras difíceis e desconhecidas, para tentar impressionar os outros. Embora algumas pessoas assim procedam, isso deve ser evitado, pois revela um defeito grave de redação: o pedantismo (ostentação de conhecimento superior ao que realmente possui, vaidade, pretensão).
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ANEXO B – ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO
A comunicação tem por objetivo a transmissão de mensagens. Não nos comunicamos unicamente através da fala ou da escrita. O silêncio, olhares, gestos, expressões faciais, vestimentas, nossa postura são comportamentos que comunicam.
A comunicação ocorre em situações em que há intenção de comunicar e produzir uma reação ou efeito sobre o outro.
Um texto é uma forma de comunicação que relaciona quem fala ou escreve (o emissor) a um ouvinte ou leitor (o receptor).
Em todo processo de comunicação sempre haverá:
- Emissor: quem cria e envia a mensagem
- Receptor: quem recebe e entende a mensagem
- Mensagem: o conteúdo ou assunto da informações
- Canal: o meio por onde a mensagem é transmitida
- Código: a linguagem usada para fazer a mensagem
Uma conversa entre deficientes auditivos só é compreensível por aqueles que conhecem o código gestual que eles utilizam para se comunicar. A escrita japonesa só é compreensível para os que conhecem a língua japonesa. Para que haja comunicação é preciso que o emissor e o receptor utilizem um código conhecido por ambos.
Um dos códigos mais conhecidos no mundo, que envolve cores e figuras são os sinais de trânsito. Com eles, são emitidos mensagens aos pedestres e motoristas sobre as regras que devem ser obedecidas ao se andar nas ruas.
Podemos identificar, em um bilhete, os elementos da comunicação:
Emissor – aquele que escreve o bilhete, aquele que assina, o remetente
Receptor – aquele a quem é destinado o bilhete, o destinatário
Mensagem – o conteúdo do bilhete, o assunto tratado
Canal – o meio que foi usado para mandar a mensagem, o papel escrito
Código – a língua usada, no caso as letras usadas na língua portuguesa
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ANEXO C – REDAÇÃO DE BILHETE
A maior parte de nossa comunicação é oral, isto é, utilizamo-nos mais vezes da fala para nos comunicarmos. Há momentos, porém em que precisamos nos comunicar através de mensagens escritas. Isso, às vezes traz complicações, pois se não estiver presente todos os elementos da comunicação, nosso objetivo certamente não será alcançado.
Como nosso curso é voltado para a comunicação escrita, vamos aqui, estudar um dos mais elementares tipo de redação: o bilhete.
O bilhete é uma forma de comunicação rápida em que transmitimos recados, informações ou pedidos a pessoas amigas ou parentes, com as quais temos um relacionamento íntimo. Por isso, o bilhete é uma comunicação informal, admitindo um tratamento simples entre as pessoas que se comunicam.
Os bilhetes devem ser escritos em linguagem clara e objetiva e conter somente o que de mais importante precisamos comunicar. Veja o exemplo abaixo:
Brasília, 25/05/1980
João,
está previsto um pequeno terremoto em sua região, por esses dias. Tome as providências necessárias para evitar maiores prejuízos.
Abraços
Ovídio de Abreu
Como você deve ter observado, no bilhete aparecem: o nome da pessoa que escreve, o nome da pessoa a quem se destina, o assunto, a local e data em que foi escrito e uma forma simples de despedida.
Podemos assim dizer que são partes do bilhete:
- Local e data
- Nome da pessoa com quem se quer falar (receptor)
- Assunto que se quer tratar (mensagem)
- Despedida
- Assinatura da pessoa que escreve (emissor)
Numa linguagem mais técnica podemos dizer que as partes do bilhete são:
a) data b) vocativo c) texto d) fecho e) assinatura
Veja o exemplo.
Ana precisa de uma gramática da língua portuguesa para fazer uma pesquisa sobre substantivos. Sabendo que Lúcia possui uma boa gramática, Ana resolve escrever um bilhete à colega pedindo-lhe o livro emprestado.
local e data Cuiabá, 05/09/1990
Vocativo Lúcia,
texto preciso de uma gramática da Língua Portuguesa para fazer um estudo sobre substantivos. Você pode me emprestar a sua?
fecho Obrigada
assinatura Ana
Lúcia respondeu:
Cuiabá, 06/09/1990
Ana,
Recebi seu bilhete e estou lhe enviando a gramática. Pode usá-la durante o tempo necessário.
Abraços
Lúcia
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Vamos exercitar?
a) Joana está precisando de umas revistas antigas para recortar gravuras e preparar um trabalho da escola. Ela sabe que Célia possui muitas revistas com gravuras. Então, coloque-se no lugar de Joana e escreva um bilhete pedindo à Célia algumas revistas. Você deve observar as partes que compõem o bilhete.
b) Agora, você é Célia. Responda ao bilhete da Joana observando as mesmas partes.
Gabarito:
Mostre a um professor de Português ou um amigo que possa avaliar seu exercício, levando em consideração as orientações dadas.
Muito bom!
Muito bom! Não sei o que é Website.
Maria Helena, obrigada pela visita ao nosso “site”.
Informamos-lhe que, em inglês, web – significa teia, rede; site – significa local, lugar.
Portanto, web + site (pronuncia-se “uebsaite”) é uma palavra em inglês que não possui correspondente (ainda!) em português, que
significa: um grande lugar (virtual), onde encontramos pequenos grupos que contêm informações sobre vários assuntos.
Continue a nos visitar e divulgue nosso trabalho. O material postado é, principalmente, para pessoas que querem aprender mais sobre
o português e não têm tempo para frequentar uma sala de aula.