CURSO DE REDAÇÃO – Roteiro nº 4
1 – TEMA: A redundância no texto. Carta Familiar. E-mail.
2 – PRERREQUISITOS: Gostar de ler.
3 – METAS: Ao final do estudo deste Roteiro o aluno deverá:
- Identificar o que é redundância no texto e corrigi-la
- Diferenciar carta familiar de bilhete
- Saber redigir uma carta pessoal ou familiar
- Identificar o que é e-mail e como usá-lo.
4 – ATIVIDADES DE ESTUDO:
a) Leia os Anexos A, B e C. Faça os exercícios, depois de ter certeza que entendeu bem as explicações dadas.
b) Por fim, faça uma última leitura e reveja todos os exercícios com o objetivo de fixar os conceitos estudados.
c) Faça a avaliação existente no final deste Roteiro. Corrija-a de acordo com o gabarito, atribuindo a pontuação definida. Se você alcançou 80 pontos, vá em frente. Estude o Roteiro 5 do Curso de Redação.
d) Se encontrar dificuldades, procure um professor de português ou um amigo que possa ajudá-lo a esclarecer as dúvidas surgidas no decorrer do estudo.
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ANEXO A – A redundância no texto.
Você, naturalmente, já ouviu muitas vezes que um texto deve ser claro. Um texto é claro quando a mensagem é bem entendida por quem a lê, quando não há dúvidas sobre o que foi informado. Existem alguns fatores que interferem na clareza de um texto. Um deles é a REDUNDÂNCIA.
Redundância é a repetição desnecessária de palavras ou expressões dentro de uma frase ou texto.
Para evitar que isso aconteça, em primeiro lugar, é importante que você organize suas ideias e saiba os objetivos que o levam a escrever. Quando o pensamento está organizado, fica mais fácil estruturar o texto.
Um bom modo de fazer isso é traçar um esquema, um rascunho, para visualizar aquilo que é fundamental para a sua comunicação. Depois de escrever suas ideias a respeito do assunto, você deve reler o que escreveu para verificar entre outras coisas se não houve repetição de palavras ou expressões. É preciso retirar as palavras supérfluas a fim de sintetizar as informações e não comprometer a qualidade do texto.
A repetição ou redundância pode ser usada como um recurso estilístico, mas há casos em que é necessário evitá-la, para que o texto não fique deselegante, inadequado e monótono.
Veja alguns exemplos de redundância:
Comprove com provas concretas que a rápida descida para baixo nos tenha causado problemas.
As expressões sublinhadas são consideradas redundâncias porque repetem a ideia de palavras já existentes na frase:
comprove com provas concreta; descida para baixo
O verbo “comprovar” já encerra a ideia de apresentar “provas concretas”. Portanto a expressão “provas concretas” se torna uma redundância. Assim como “descida”, já encerra o sentido de “para baixo”.
Outro exemplo:
Até o dia de hoje aquele simpático vendedor ainda não compareceu à gerência daquela renomada seguradora para apresentar todos os documentos que lhe foram solicitados pelos atuais gerentes.
Vamos reescrever esta frase, retirando os elementos supérfluos:
Aquele vendedor ainda não compareceu à gerencia daquela seguradora para apresentar os documentos solicitados.
A frase ficou mais elegante e objetiva. Esta frase é apenas um exemplo daquilo que deve ser frequentemente colocado em prática quando escrevemos. O trabalho minucioso e rigoroso de revisão é fundamental para o aperfeiçoamento da redação final. Assim, sua comunicação se torna clara, precisa, concisa e coerente.
Vamos aos exercícios.
Reescreva as frases abaixo retirando os termos redundantes ou supérfluos:
a) Segundo minha opinião, penso que aquela herança deve ser dividida igualmente em duas metades entre os dois filhos herdeiros.
b) Sinceramente, para ser franco, é melhor começar o trabalho agora do que adiar para depois.
c) Prefiro muito mais chocolate do que morango.
d) Eu gostei tanto daquele prato de peixe que eu repeti duas vezes.
e) Este mês ganhei um brinde grátis pela assinatura de uma revista.
f) Na volta das férias, tivemos uma surpresa inesperada: o caso das provas desaparecidas chegara a seu desenlace final.
g) Há poucos dias atrás seriam aceitas estas evidências tão claras como provas do atentado.
h) É preciso coragem para encarar as dificuldades de frente.
GABARITO:
a) Aquela herança deve ser dividida igualmente entre os herdeiros.
b) É melhor começar o trabalho agora do que adiá-lo.
c) Prefiro mais chocolate do que morango.
d) Eu gostei tanto daquele prato de peixe que o repeti.
e) Este mês ganhei um brinde pela assinatura de uma revista.
f) Na volta das férias, tivemos uma surpresa: o caso das provas desaparecidas chegara a seu final.
g) Anteriormente, estas evidências seriam aceitas como provas do atentado.
h) É preciso coragem para encarar as dificuldades
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ANEXO B – Texto para reflexão.
ABRACE SEU CARTEIRO
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. IN; Estado de São Paulo, 18/09/2002)
Não é a conseqüência mais grave da nossa crise social, eu sei, mas você já se deu conta de como pouco a pouco, fomos nos afastando dos nossos carteiros? Quem não mora em casa com cerca eletrificada, arame farpado, seteira, guarita, jardim minado e caixa de correio longe da porta, mora em apartamento e, a não ser no caso de carta registrada, raramente vê a cara do seu carteiro.
Eles mesmos devem ter uma certa nostalgia do tempo em que precisavam bater nas nossas portas e até dos ataques dos nossos cachorros.
– Pelo menos havia um contato…
Da próxima vez que o enxergar, abrace o seu carteiro e convide-o a entrar. Depois de se certificar que é carteiro mesmo e não assaltante disfarçado, claro.
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CARTA PESSOAL OU FAMILIAR
Qual é a diferença entre o bilhete e a carta pessoal, familiar?
A carta pessoal, assim como o bilhete é uma comunicação entre pessoas da família ou de relacionamento mais íntimo, de amizade.
O bilhete deve ser breve, pois trata especificamente de um assunto, tendo como objetivo principal a informação rápida e precisa. A carta, pelo contrário, além de informar, transmite opiniões, sentimentos, impressões, pois ao se escrever uma carta pessoal, familiar, é comum que se tenha uma expectativa de resposta.
Outra diferença marcante é o fato de a carta, normalmente, ser enviada pelo correio. Ao contrário do bilhete que, com frequência, é entregue em mãos ou é colocado em lugar onde sabemos que o destinatário vai encontrá-lo.
Por ser uma forma de comunicação íntima, não requer maiores formalidades. Entretanto, é necessário tomarmos alguns cuidados:
- Use papel próprio para carta. Não use folha de caderno.
- A linguagem deve ser comum, como se estivesse conversando com a pessoa, mas seja claro. Não use palavras consideradas pornográficas (baixo calão, palavrão, chula).
- Evite borrões, rasuras, escrita espremida ou letra ilegível.
Fazem parte da composição de uma carta pessoal os seguintes elementos: o local e a data; o vocativo; o texto; o desfecho e despedida; a assinatura.
Local e data- – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –Araçatuba, 27 de março de 1992.
Vocativo – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –Querida Eunice
Texto – – – – – — – – – – – – – – Já estou com saudades dos dias em que estive aí. Foram dias maravilhosos porque você os enfeitou com sua alegria. Esses dias foram os mais felizes de minha vida. Por mim, as férias não acabariam nunca. Já voltei ao trabalho e às aulas. É aquela correria. Mas, isso é bom porque faz o tempo passar mais depressa e assim chegar o dia de voltar aí. Peço que me escreva sempre para evitar que a saudade me machuque muito. Eu vou escrever toda semana para você.
Desfecho e despedida – – – – – – – – – –Recomendações a todos e um abraço especial para você.
assinatura – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –Luis Renato
Para se redigir uma carta é importante conhecer os pronomes de tratamento, que são palavras que funcionam como se fossem verdadeiros pronomes pessoais. Os mais usados em carta familiar são: você , senhor, senhora.
A forma de tratamento você será usada quando houver intimidade entre o destinatário e o remetente (parentes ou amigos).
As formas senhor e senhora devem ser usadas quando o remetente escrever para pessoas mais idosas com as quais não tenha tanta intimidade.
É importante observar que estes pronomes de tratamento são de 3a. pessoa, devendo o verbo das frases ser conjugado na 3a. pessoa.
Além do pronome de tratamento você, também é comum o emprego do pronome pessoal tu, em cartas familiares. Cabe notar, entretanto, que com o pronome tu, o verbo vai para a 2a. pessoa do singular.
Por isso, temos que tomar cuidado ao redigirmos nossas mensagens para que não haja confusão de tratamento, isto é, o uso de pessoas diferentes. Se escolhermos a 3a pessoa (você) devemos manter esse tratamento até o fim.
Observe o exemplo:
1. Olá, você vai à escola hoje? Poderá trazer o resultado da minha prova? (os verbos foram para a 3a pessoa: ele vai – ele poderá)
2. Olá, tu vais à escola hoje? Poderás trazer o resultado de minha prova?(os verbos foram para a 2a pessoa: tu vais – tu poderás)
Resolva os exercícios a seguir.
Marque a única opção correta:
1. A carta é uma forma de comunicação da língua:
( ) escrita ( ) falada
2. A pessoa que escreve a carta é:
( ) o remetente ou emissor ( ) o destinatário
3. A pessoa a quem se envia a carta é:
( ) o emissor ou remetente ( ) o destinatário
4. No momento de um diálogo, o destinatário, geralmente está:
( ) ausente ( ) presente
5. Ao se escrever uma carta, o destinatário está sempre:
( ) ausente ( ) presente
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GABARITO
1. escrita 2. Remetente ou emissor 3. Destinatário 4. Presente 5. ausente
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ANEXO C – E-MAIL ou Correio eletrônico
Com o desenvolvimento da tecnologia eletrônica e da informática, o mundo têm a sua disposição novos meios de comunicação. Um grande número de pessoas, hoje, utiliza o “e-mail”. O que é isso?
E-mail é uma expressão abreviada em inglês (e=eletronic; mail= correio) que quer dizer correio eletrônico. É utilizado para a comunicação à distancia com maior rapidez e eficiência. Muitas vezes, é usado em substituição ao telefone, à carta, ao telegrama. Ele pode ser enviado e recebido a qualquer instante, conforme a conveniência do remetente e do destinatário.
O “e-mail” tem a estrutura-padrão da carta ou do bilhete: vocativo, texto, despedida, assinatura. A linguagem varia conforme a situação estabelecida entre os falantes e os parágrafos costumam ser curtos para maior clareza na leitura.
Na verdade, o que o diferencia da carta e do bilhete é o meio utilizado para mandar a mensagem: o computador.
Para você utilizar esse meio de comunicação é necessário que tenha um computador ligado à internet e um endereço eletrônico (seu e da pessoa para quem vai mandar a mensagem).
Exercício:
Escreva uma carta para alguém da sua família (mãe, irmã, primo) contando sobre este curso de Redação: como você o descobriu no site, o que você está aprendendo sobre o assunto, quais as suas dificuldades e expectativas sobre sua aprendizagem.
Se você tiver acesso a um computador, envie a carta por e-mail.
Observação:
Antes de enviá-la, submeta sua produção à avaliação de um professor de português ou a um amigo que possa ajudá-lo a corrigir as imperfeições existentes na sua carta.
Parabéns pela postagem dessa matéria!
A clareza do material atende tanto a iniciantes quanto aos mais evoluídos na língua.
(Monte Santo de Minas/MG) Nossa, não é só a língua portuguesa que é irada. Esse site também é muito IRADO!
Parabéns!
É discutível o que é supérfluo num texto. No caso apresentado (“Até o dia de hoje aquele simpático vendedor ainda não compareceu à gerência daquela renomada seguradora para apresentar todos os documentos que lhe foram solicitados pelos atuais gerentes”) os elementos ocultados na reescrita seriam supérfluos num contexto comercial, mas jamais num contexto literário. Creio faltou clareza na explicação do post.
Olá, Juca! Obrigada por sua visita ao nosso site. Esclarecemos que nosso objetivo é ajudar a quem acessa nosso material de estudo, na composição de textos, sejam eles literários ou não, e respeitamos sua opinião. Entretanto, julgamos que a explicação dada está clara, a respeito do assunto de que trata o texto inicial do Roteiro de Estudo sobre a clareza que deve haver num texto, mesmo que ele seja de cunho literário.