1 – TEMA: Noções de Sintaxe. Frase, oração, período. Importância do estudo da sintaxe.
2 – PRÉ-REQUISITO: Ler com compreensão. Ter noções de morfologia.
3 – META: Este roteiro foi elaborado com o objetivo de:
. desenvolver habilidades de interpretar textos
. conscientizar o aluno da importância do estudo da Sintaxe da Língua Portuguesa
. proporcionar condições para estabelecimento dos conceitos de frase, oração e período.
4 – PRÉ-AVALIAÇÃO: O objetivo da pré-avaliação é diagnosticar o quanto se tem conhecimento de um assunto. Para isso, basta que você responda à Auto-avaliação que está no final deste Roteiro, antes de ler qualquer texto existente nele. Se você alcançar um resultado igual ou superior a 80 pontos, não precisa estudar o assunto, pois você já o domina suficientemente. Caso contrário, vá direto para as Atividades de Estudo.
5 – ATIVIDADES DE ESTUDO: Ler com entendimento é pré-requisito para se aprender qualquer coisa através da leitura. Por isso, leia o texto do Anexo A para treinar sua interpretação. Embora a leitura dos anexos em si seja também interpretação de texto, ela é voltada para uma finalidade mais específica que é a aprendizagem dos conceitos gramaticais. O texto do Anexo A é mais genérico e serve de treinamento para a compreensão geral da língua. Portanto, faça o seguinte:
a) Tenha um dicionário de Português ao seu alcance, para consultá-lo sobre as palavras que você desconhece o significado;
b) Procure um lugar sossegado para os textos e fazer os exercícios;
c) Leia primeiro o texto; faça em seguida os exercícios; compare suas respostas com o gabarito e veja o que errou; retorne ao texto para verificar o porquê do erro.
6 – PÓS-AVALIAÇÃO: Após ter feito o estudo dos textos e os exercícios, responda às questões propostas na Auto-avaliação. Creio que você agora, acertará todas. Caso isso não aconteça, consulte as orientações dadas nas Atividades Suplementares.
7 – ATIVIDADES SUPLEMENTARES: Se você não conseguiu alcançar 80 pontos na Pós-avaliação, volte à leitura dos textos, agora com mais atenção. Sem pressa. A leitura com compreensão é a base da aprendizagem.
ANEXO A – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
A FUGA (Fernando Sabino)
1. Mal o pai colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira pela sala, fazendo do um barulho infernal.
2. – Para com esse barulho, meu filho – falou, sem se voltar.
3. Com três anos já sábia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças paternas: não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.
4. – Pois então para de empurrar a cadeira.
5. – Eu vou embora – foi a resposta.
6. Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um caminhão de plástico com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave (onde diabo meteram a chave da despensa? – a mãe mais tarde irá dizer), metade de uma tesourinha enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão amarrado num barbante.
7. A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente, o pai olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até ao portão:
8. – Viu um menino saindo desta casa? – gritou para o operário que descansava diante da obra do outro lado da rua, sentado no meio-fio.
9. – Saiu agora mesmo com uma trouxinha – informou ele.
10. Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e – saíra de casa prevenido – uma moeda de 1 cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho, abriu a correr em direção à Avenida, como disposto a atirar-se diante do ônibus que surgia à distância.
11. – Meu filho, cuidado!
12. O ônibus deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço como a um animalzinho:
13. – Que susto você me passou, meu filho – e apertava-o contra o peito, comovido.
14. – Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.
15. Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:
16. – Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai.
17. – Me larga. Eu quero ir embora.
18. Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala – tendo antes o cuidado de fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.
19. – Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
20. – Fico, mas vou empurrar está cadeira.
21. E o barulho recomeçou.
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I – Marque com um X a alternativa correta:
1. Em: “Mal o pai colocou o papel na máquina…” (par. 1), a palavra em negrito pode ser substituída por:
a. ( ) à medida que b. ( ) assim que c. ( ) uma vez que d. ( ) depois que
2. Em: “A calma que baixou então na sala…” (par. 7), as palavras em negrito significam, respectivamente:
a. ( ) silêncio/passou b. ( ) calor/ameaçou
c. ( ) silêncio/espalhou-se d. ( ) tristeza/esbarrou
3. Em: “… era vagamente inquietante.” (par. 7), a palavra em negrito refer-se àquilo que:
a. ( ) causa desconforto b. ( ) provoca medo
c. ( ) causa intranquilidade d. ( ) provoca tristeza
4. Em: “… caminhando cabisbaixo…” (par. 10), a palavra em negrito pode ser substituída por:
a. ( ) com o rosto entristecido b. ( ) com a cabeça baixa
c. ( ) com o rosto voltado para trás d. ( ) com os cabelos no rosto
5. Em: “… saíra de casa prevenido…” (par. 10), a palavra em negrito significa:
a. ( ) avisado b. ( ) antecipado c. ( ) atordoado d. ( ) preparado
6. Em: “… o menino, assustado, arrepiou carreira.” (par. 12), a expressão em negrito significa:
a. ( ) parou imediatamente b. ( ) suou frio
c. ( ) voltou correndo d. ( ) ficou com os cabelos eriçados
7. Em: “O pai precipitou-se e o arrebanhou com o braço…” (par. 12), as formas verbais assinaladas significam, respectivamente:
a. ( ) correu para a frente / recolheu b. ( ) desorientou / afastou
c. ( ) pulou para trás / procurou d. ( ) desequilibrou / segurou
8. Em: “Irresoluto, o pai pensava…” (par. 15), a palavra em negrito significa:
a. ( ) alterado b. ( ) pálido c. ( ) tranquilo d. ( ) indeciso
9. O fato de o menino ter começado a empurrar a cadeira no momento em que o pai colocou o papel na máquina indica que o menino:
a. ( ) não gostava do barulho da máquina de escrever
b. ( ) queria chamar a atenção do pai para si
c. ( ) era um menino muito brincalhão
d. ( ) queria aproximar-se da máquina para ver o pai
10. Ao dizer que o menino reagira à injustiça do pai, o narrador compara a attitude da criança à:
a. ( ) de uma pessoa adulta b. ( ) de uma criança mais velha
c. ( ) de outra criança da mesma idade d. ( ) de um adolescente
11. Ao dizer “Eu vou embora…” (par. 5), menino estava pensando em:
a. ( ) sair da sala b. ( ) fugir de casa c. ( ) ir para a escola d. ( ) ir para o quarto
12. No texto há quatro momentos distintos no que se refere às atitudes do pai para com o filho. São eles, por ordem de acontecimento:
a. ( ) preocupação, remorso, impaciência, atenção b. ( ) desatenção, aflição, zanga, precaução
c. ( ) zanga, indiferença, remorso, precaução d. ( ) remorso, indiferença, zanga, aflição
13. A frase “… onde diabo meteram a chave da despensa? “(par. 6) indica a fala:
a. ( ) do menino b. ( ) do pai do menino c. ( ) da mãe do menino d. ( ) do narrador
II – Responda, comprovando as respostas com trechos do texto:
14. Como o pai percebeu que o menino não estava mais na sala?
15. Qual era o estado de espírito do menininho ao fugir de casa?
16. Ao final do texto lemos (parágrafos 19 a 21):
“ – Fique aí, quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
– Fico, mas vou empurrar está cadeira.
E o barulho recomeçou.
Isso significa que tudo iria começar novamente, pois a criança queria mesmo era chamar a atenção do pai. Há, no entanto, uma ação na história que não se repetirá. Qual é essa ação e por que não se repetirá?
III – Reescreva as frases abaixo, substituindo as palavras grifadas por outras de sentido equivalente (escolha entre as que estão no quadro), fazendo as modificações, se necessário.
Reuniu – uniu – economizou – associou – reduziu – apressou –Espremeu – ajustou – abraçou – recobrou – observou – consertou |
- O pai não reparou que o menino juntou ação às palavras.
- O menino juntou as suas coisinhas.
- Ele juntou duas cadeiras para formar uma cama.
- O menino juntou um dinheirinho para comprar uma bola.
- O menino apertou o passinho.
- A costureira apertou várias roupas para mim.
- Quando ele apertou a fruta, o caldo escorreu no copo.
- Ele apertou as despesas porque estava em dificuldades.
- O pai apertou o filho contra o peito, comovido.
- O pai reparou que o menino havia ficado triste.
- O pedreiro já reparou o muro.
- Ele só reparou as forças porque parou um pouco.
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GABARITO
Questão I – 1. B 2. C 3. A 4. B 5. D 6. C 7. A 8. D 9. B 10. A 11. B 12. B 13. C
Questão II – 14. O pai percebeu que o menino já não estava mais na sala porque se fez um grande silêncio. (Ver par. 7)
15. O menino estava triste, aborrecido, desanimado. (Ver par. 10)
16. A ação que não se repetirá é a fuga do menino porque o pai fechou a porta da rua com a chave. (Ver par. 18)
Questão III – a) … associou… b) … reuniu… c) … uniu… d) … economizou…
e) … apressou… f) … ajustou… g) … espremeu… h) … reduziu… i) … abraçou…
j) … observou… k) … consertou… l) … recobrou
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ANEXO B – A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA SINTAXE
Alguns alunos, às vezes, questionam os professores sobre gastar tempo estudando alguns assuntos que, segundo eles, não vão usar no dia-a-dia da vida profissional. Um desses assuntos é a SINTAXE. Mas, o que é mesmo isso? Do que trata? Qual o seu valor para o exercício profissional, qualquer que seja ele?
Primeiro temos que saber que a língua constitue-se de um todo quando a usamos para nos comunicar. É verdade que, ao falarmos com alguém, não vamos nos “ ligar ” se estamos usando um substantivo, verbo, se a palavra é masculina ou se está no plural. Não nos preocupamos com a classificação gramatical. O que nos preocupa, no momento da comunicação, é se aquele que nos ouve ou lê, entende o que estamos informando. Mas, de repente, o nosso ouvinte ou leitor pode ficar bravo conosco, porque entendeu diferente o que foi informado. É o que costumamos classificar como “ruído na comunicação”.
Às vezes, esses “ruídos” acontecem porque o comunicador da mensagem não a construiu dentro dos padrões da língua, por pura falta de conhecimento desta língua. E naturalmente, quanto mais se conhece um instrumento, mais sucesso teremos em manejá-lo. Assim também acontece com a Língua Portuguesa. Quanto mais você souber a respeito dela, mais sucesso você terá, ao usá-la.
Não há nenhuma área da vida profissional que dispense o uso da língua. Em qualquer situação de sua profissão você a usará, seja para escrever um relatório, para ler ou dar uma informação, para escrever uma receita médica ou uma receita culinária, a língua vai estar presente, falada ou escrita.
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ANEXO B – A DIVISÃO SISTEMÁTICA PARA SE ESTUDAR A LÍNGUA PORTUGUESA
Para melhor estudarmos o Português, os estudiosos desta língua (os gramáticos) estabeleceram como estudar sistemáticamente os elementos que a constituem: é o que chamamos de GRAMÁTICA.
A Gramática classifica e sistematiza os fenômenos da língua, fixando regras que, de acordo com a época, representam o ideal da expressão correta. Quando dizemos “de acordo com a época”, queremos dizer que, por a língua ser dinâmica, ela evolui, altera-se, muda. É por isso que, de vez em quando, ouvimos falar em reforma ortográfica da língua.
O estudo da Gramática se divide em três grandes partes: a Fonética, a Morfologia e a Sintaxe.
A Fonética ocupa-se dos sons da língua. Descreve e classifica os sons produzidos e usados na fala, fixando a pronúncia correta das palavras.
A Morfologia se ocupa da estrutura e classificação das palavras e do tipo de relacionamento entre o ser e a palavra que o representa.
A Sintaxe trata do arranjo das palavras e da construção das frases. É o estudo do valor que uma palavra tem em relação às outras que a acompanham. A Sintaxe procura verificar qual é a importância que cada palavra tem dentro da frase e o melhor lugar em que cada uma deve ficar para melhor expressar nosso pensamento.
Portanto, estudar Sintaxe nos habilita a usar a língua portuguesa de maneira correta, eficaz e elegante. Um dos pré-requisitos para estudar Sintaxe é sabermos distinguir bem as classes das palavras. Para isso você precisa estudar Morfologia.
O estudo da Sintaxe também nos ajuda a interpretar melhor os textos. Por isso, se você tem alguma dificuldades na interpretação de textos, você precisa se esforçar e deixar de lado a indisposição para o estudo da Sintaxe. Você verá que o estudo desta área da língua só lhe trará benefícios e não vai gastar tempo à toa.
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ANEXO C – FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO. DIFERENÇAS.
Você já deve ter ouvido muito falar em frase, oração e período. Mas você sabe qual é a diferença entre elas? Vamos começar nosso estudo fazendo uma pergunta: o que é frase? Observe os exemplos abaixo:
1 – Tenha cuidado com os espinhos, meu filho!
2 – Cuidado com os espinhos!
3 – Cuidado!
Nos exemplos, há uma mesma mensagem estruturada de várias maneiras, o que não impede que cada uma delas transmita a ideia completa, ou seja, que cada uma delas comunique alguma coisa. Pois bem, cada um dos exemplos acima é uma frase. Então, nossa resposta à pergunta é:
Frase é todo enunciado suficiente em si mesmo para estabelecer comunicação.
É a expressão de um pensamento, por meio de uma ou várias palavras. A frase sempre tem um sentido completo. Então, todos os exemplos acima são frases, porque transmitem uma mensagem de sentido completo.
A frase tem sempre um sentido intencional, isto é, exprime aquilo que temos intenção de dizer. O sentido intencional que damos a nossas palavras, faz com que as pronunciemos com um determinado tom de voz, isto é, com uma certa entoação ou melodia. Assim, cada frase possui uma entoação própria. Considerando a entoação das frases, podemos classificá-las em:
DECLARATIVAS – quando declaram alguma coisa. Ex.: Eles vão ao cinema.
EXCLAMATIVAS – indicam surpresa, alegria, tristeza. Ex.: Eles vão ao cinema!
INTERROGATIVAS – indicam uma pergunta. Ex.: Eles vão ao cinema?
Você percebeu a diferença existente entre frases acima? Elas estão compostas das mesmas palavras, mas, por causa da entoação da voz que deve ser usada, a mensagem não é a mesma.
Também, pela simples entoação, podemos diferenciar a fala de um português da de um brasileiro e entre os brasileiros, a de um carioca, nordestino, gaúcho ou mineiro. Entretanto, na escrita, essas marcas melódicas não podem ser distinguidas a não ser através do uso da linguagem usada pelos falantes e os sinais gráficos usados para indicá-los. Mas, mesmo assim, só ouvindo os falantes é que vamos distingui-los.
Vamos, agora, analisar as frases quanto a sua estrutura.
1º exemplo: Tenha cuidado com os espinhos, meu filho!
Aqui, a frase é formada por um grupo de palavras entre as quais há um verbo. Você sabe: verbo é a palavra que exprime ação, estado ou fenômeno.
2º exemplo: Cuidado com os espinhos!
Aqui, retiramos algumas palavras (o verbo) que apareciam na primeira frase, entretanto a mensagem continua sendo transmitida.
3º exemplo: Cuidado!
Aqui, há apenas uma palavra que expressa a ideia contida nas duas primeiras frases, mas não é um verbo.
Na primeira frase, a ideia é que alguém: meu filho; faz uma ação: ter; que resulta em algo: cuidado com os espinhos.
Nessa estrutura, a ideia está expressa por palavras que apresenta alguém que faz a ação (sujeito) mais o verbo indicativo da ação e seus complementos (predicado). Quando a estrutura da frase aparece assim, dizemos que esta frase é uma oração.
Portanto, a oração é uma frase que obrigatoriamente apresenta um verbo na sua estrutura em volta do qual gravitam outras palavras que lhe completam o sentido.
Já as frase 2 e 3, embora expressem ideias completas, não apresentam verbo na sua estrutura.
A oração é a frase onde encontramos um sujeito e um predicado que podem ser claramente separados ou identificados. O exemplo abaixo é uma oração:
A sala está suja.
pois temos o sujeito (a sala) e o predicado (está suja).
Mas, se dissermos: Que sala suja! – é apenas uma frase e não uma oração, porque não podemos distinguir ou identificar claramente o sujeito e o predicado.
Há certas orações que podem não apresentar o sujeito Ex.: Chove lá fora.
Assim, o fator indispensável para que haja uma oração é a presença do verbo na frase. É por isso que afirmamos:
toda oração é uma frase, mas nem frase é uma oração.
E o que é um período? Período é uma frase organizada com uma ou mais orações. O período termina sempre por uma pausa bem definida, que se marca, na escrita com um ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação, reticências e, às vezes, com dois pontos.
Ex.: 1. A excursão durou cerca de meia hora.
2. Lia comentou o ocorrido e calou-se em seguida.
O sentido das frase apresentadas é completo. Mas observe que existem verbos (durou, comentou, calou-se). Na frase 1 temos apenas um verbo: durou. Já na frase 2 temos dois verbos: comentou e calou. No primeiro exemplo temos um período simples: é formado apenas por uma oração. No segundo exemplo, temos um período composto: é formado por duas orações.
RESUMINDO:
FRASE – é um enunciado de sentido completo com ou sem verbo.
ORAÇÃO – é um enunciado de sentido completo onde deve aparecer obrigatoriamente um verbo.
PERÍODO – é um enunciado com sentido completo formado por uma ou mais orações.
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Vamos aos exercícios.
1. Classifique as frases conforme a entoação:
a) Que lugar bonito! __________________ b) O dia amanheceu lindo. _____________________
c) Que lindo dia! _________________________ d) Confira sempre o troco. _____________________
e) De que está falando? ___________________ f) Deus o acompanhe. ________________________
g) Seja feliz. ____________________________ h) Ele veio? ________________________________
2. Sublinhe os verbos nas frases abaixo (quando houver) e classifique-as como:
1. para frase que não é oração 2. Para frase que é oração ou período.
a. ( ) O menino empurrava a cadeira. b. ( ) Nós trabalhamos aqui.
c. ( ) Nós estudamos e trabalhamos. d. ( ) Trabalhem em silêncio!
e. ( ) Silêncio, crianças! f. ( ) As crianças correm, pulam e brincam.
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GABARITO
Questão 1-
a) exclamativa b) declarativa c) exclamativa d) declarativa e) interrogativa f) declarativa g) declarativa h) interrogativa
Questão 2.
a. 2 b. 2 c. 2 d. 2 e. 1 f. 2
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LEITURA REFLEXIVA
PÁ, PÁ, PÁ
A americana estava há pouco tempo no Brasil. Queria aprender o português depressa, por isto prestava muita atenção em tudo que os outros diziam. Era daquelas americanas que prestam muita atenção.
Achava curioso, por exemplo, o “pois é”. Volta e meia, quando falava com brasileiros, ouvia o “pois é”.
Era uma maneira tipicamente brasileira de não ficar quieto e ao mesmo tempo não dizer nada. Quando não sabia o que dizer, ou sabia mas tinha preguiça, o brasileiro dizia “pois é”. Ela não aguentava mais o “pois é”.
Também tinha dificuldades com o “pois sim” e o “pois não”. Uma vez quis saber se podia me perguntar uma coisa.
– Pois não – disse eu, polidamente.
– É exatamente isso! O que quer dizer “pois não”?
– Bom. Você me perguntou se podia fazer uma pergunta. Eu disse “pois não”. Quer dizer, “pode, esteja à vontade, estou ouvindo, estou às suas ordens…”
– Em outras palavras, quer dizer “sim”.
– É.
– Então por que não se diz “pois sim”?
– Porque “pois sim” quer dizer “não”.
– O quê?!
– Se você disser alguma coisa que não é verdade, com a qual eu não concordo, ou acho difícil de acreditar, eu digo “pois sim”.
– Por quê?
– Porque o “pois”, no caso, dá o sentido contrário, entende? Quando se diz “pois não”, está-se dizendo que seria impossível, no caso, dizer “não”. Seria inconcebível dizer “não”. Eu dizer não? Aqui, ó.
– Onde?
– Nada. Esquece. Já o “pois sim” quer dizer “ora, sim!”. “Ora, se eu vou aceitar isso.” “Ora, não me faça rir. Rá, rá, rá.”
– “Pois” quer dizer “ora”?
– Ahn… Mais ou menos.
– Que língua!
Eu quase disse: “E vocês, que escrevem ‘tough’ e dizem ‘tâf’?”, mas me contive. Afinal, as intenções dela eram boas. Queria aprender. Ela insistiu:
– Seria mais fácil não dizer o “pois”.
Eu já estava com preguiça.
– Pois é.
– Não me diz “pois é”!
Mas o que ela não entendia mesmo era o “pá, pá, pá”.
– Qual o significado exato de “pá, pá, pá”.
– Como é?
– “Pá, pá, pá”.
– “Pá” é pá. “Shovel”, Aquele negócio que a gente pega assim e…
– “Pá” eu sei o que é. Mas “pá” três vezes?
– Onde foi que você ouviu isso?
– É a coisa que eu mais ouço. Quando brasileiro começa a contar história, sempre entra o “pá,pá,pá”.
Como que para ilustrar nossa conversa, chegou-se a nós, providencialmente, outro brasileiro. E um brasileiro com história:
– Eu estava ali agora mesmo, tomando um cafezinho, quando chega o Túlio. Conversa vai, conversa vem e coisa e tal e pá, pá, pá…
Eu e a americana nos entreolhamos.
– Funciona como reticências – sugeri eu. – Significa, na verdade, três pontinhos. “Ponto, ponto, ponto.”
– Mas por que “pá” e não “pó”? Ou “pi” ou “pu”? Ou “etcétera”?
Me controlei para não dizer – “E o problema dos negros nos Estados Unidos?”.
Ela continuou:
– E por que tem que ser três vezes?
– Por causa do ritmo. “Pá, pá, pá.” Só “pá, pá” não dá.
– E por que “pá”?
– Porque sei lá – disse, didaticamente.
O outro continuava sua história. História de brasileiro não se interrompe facilmente.
– E aí o Túlio com uma lengalenga que vou te contar. Porque pá, pá, pá…
– É uma expressão utilitária – intervim. – Substitui várias palavras (no caso toda a estranha história do Túlio, que levaria muito tempo para contar) por apenas três. É um símbolo de garrulice vazia, que não merece ser reproduzida. São palavras que…
– Mas não são palavras. São só barulhos. “Pá, pá, pá.”
– Pois é – disse eu.
Ela foi embora, com a cabeça alta. Obviamente desistira dos brasileiros. Eu fui para o outro lado. Deixamos o amigo do Túlio papeando sozinho.
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se Ler na Escola)
Amei este site!! Show!!! Parabéns!!!
Eu e minha amiga estamos montando um Blog sobre a Língua Portuguesa e vou divulgar o seu trabalho.
Gostaria de deixar uma sugestão… Acho que seria ótimo ter um índice dos assuntos aqui postados.
Um grande abraço.
Denise Ribeiro
Gostei de assunto. Me ajudou bastante nas horas das minhas dúvidas para o vestibular.
Demorou, mas apareceu uma cabeça boa para criar algo pertinente e justificável sobre sintaxe. abraço(s) e mais sucesso
Muito legal essa sequência que voces criaram.Está sendo muito útil à minha prática. Boa Sorte!
Aprendi muito
Finalmente algo interessante sobre gramática. Muito bom!
MUITO BOM! ALÉM DE EDUCATIVO e ENGRAÇADO.
PARABÉNS!!! AMEI…MUITO EXPLICATIVA! JÁ VEM A EXPLICAÇÃO COM EXERCÍCIOS…GOSTARIA QUE MANDASSE MAIS PARA O MEU E-mail.
Parabéns! É o melhor que vi até agora! rrrrssss
Parabéns!
Ameii as explicações e as propostas de atividades.
Muito interessante a maneira como os elementos da Sintaxe foram trabalhados.
Nossa! pela primeira vez gostei de gramática.
Quando se tem o dom de explicar e ensinar…
O aprendizado fica muito gostoso.
Parabéns!
Muito bom, isso sim é aula, com exercicício! parabéns! Muito claro.
Olá! adorei essas aulas, são maravilhosas! É o melhor blog que acessei até agora, gostaria que você me mandasse mais aulas quando você tiver tempo. Parabéns!
Para reforço escolar, é muito bom!
Muito bom, estou estudando para concurso e este material me ajudou muito.Obrigada.Parabéns!
QUE LEGAAAAAAAALLLLLLLLL !!!!!!!!!!!!
As palavras parecem insuficientes para elogiar as atividades bem programadas.
Muito interessante.! Parabéns…
Parabéns por proporcionar algo interessante e necessário para o estudo de jovens , crianças e adultos.
Parabéns! Nunca foi tão bom e fácil aprender SINTAXE com o que foi divulgado nesse site. Que Deus te abençoe! =D
Muito massa!
Mais uma vez parabéns pela organização do site. Linguagem simples, clara e fácil para entender, mesmo quem não é das letras….
Adorei…..
Concordo plenamente, no quesito simplicidade e facilidade, pois são o carro chefe deste site…As explicações foram de fácil entendimento, sem esquecer dos exemplos…
Obrigada pela ajuda….
Muito bom!!!
(Rondon do Pará/PA) Adorei! Desse jeito fica mais fácil ensinar sintaxe! Continue postando conteúdos e sugestões de atividades pertinentes. Envie-me sugestões.
Eu não gostei muito. Faltou mais um pouco de comentário para ficar completo.
Larissa, que comentários você gostaria que constasse a respeito deste assunto? Talvez o que você está procurando esteja nos próximos Roteiros de Estudo sobre Sintaxe.
Bom dia.