SINTAXE – ROTEIRO Nº 2
1 – TEMA: Termos essenciais da oração. Sujeito e Predicado. Oração sem sujeito. Palavras que podem exercem a função de sujeito.
2 – PRÉ-REQUISITO: Ler com compreensão. Ter conhecimento de classes gramaticais (substantivo, pronome, verbo).
3 – META: Este roteiro foi elaborado com o objetivo de:
. desenvolver habilidades de interpretar textos
. proporcionar condições para identificação dos termos essenciais da oração.
4 – PRÉ-AVALIAÇÃO: O objetivo da pré-avaliação é diagnosticar o quanto se tem conhecimento de um assunto. Para isso, basta que você responda à Auto-avaliação que está no final deste Roteiro, antes de ler qualquer texto existente nele. Se você alcançar um resultado igual ou superior a 80 pontos, não precisa estudar o assunto, pois você já o domina suficientemente. Caso contrário, vá direto para as Atividades de Estudo.
5 – ATIVIDADES DE ESTUDO: Ler com entendimento é pré-requisito para se aprender qualquer coisa através da leitura. Por isso, leia o texto do Anexo A para treinar sua interpretação. Embora a leitura dos anexos em si seja também interpretação de texto, ela é voltada para uma finalidade mais específica que é a aprendizagem dos conceitos gramaticais. O texto do Anexo A é mais genérico e serve de treinamento para a compreensão geral da língua. Portanto, faça o seguinte:
a) Tenha um dicionário de Português ao seu alcance, para consultá-lo sobre as palavras que você desconhece o significado;
b) Procure um lugar sossegado para os textos e fazer os exercícios;
c) Leia primeiro o texto; faça em seguida os exercícios; compare suas respostas com o gabarito e veja o que errou; retorne ao texto para verificar o porquê do erro.
6 – PÓS-AVALIAÇÃO: Após ter feito o estudo dos textos e os exercícios, responda às questões propostas na Auto-avaliação. Creio que você agora, acertará todas. Caso isso não aconteça, consulte as orientações dadas nas Atividades Suplementares.
7 – ATIVIDADES SUPLEMENTARES: Se você não conseguiu alcançar 80 pontos na Pós-avaliação, volte à leitura dos textos, agora com mais atenção. Sem pressa. A leitura com compreensão é a base da aprendizagem.
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ANEXO A – INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
A linguagem falada não é um elemento fixo e imutável. Ao contrário, reflete mudanças do meio social. Vem se transformando através dos tempos e – o mais notável – pode mudar, dentro de uma mesma época, de acordo com as circunstâncias sociais.
Ao ler o texto de Carlos Drummond de Andrade, que viveu no século XX (1902-1987), você vai sentir a afirmação acima e vai se divertir com o enusitado da linguagem através dos tempos.
ANTIGAMENTE
1. Antigamente as moças chamavam-se “mademoiselles” e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhe pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva e ir pregar em outra freguesia. As pessoas, quando corriam, antigamente, era para tirar o pai da forca, e não caíam de cavalo magro. Algumas jogavam verde para colher maduro, e sabiam com quantos paus se faz uma canoa. O que não impedia que, nesse entremente, esse ou aquele embarcasse em canoa furada. Encontravam alguém que lhes passava a manta e azulava, dando às de Vila-Diogo. Os mais idosos, depois da janta, faziam o quilo, saindo para tomar a fresca; e também tomavam cautela de não apanhar o sereno. Os mais jovens, esses iam ao animatógrafo, chupando balas de alteia. Ou sonhavam em andar de aeroplano. Estes, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas e até em calças pardas; não admira que dessem com os burros n’água.
2. Havia os que tomavam chá em criança e, ao visitarem uma família da maior consideração, sabiam cuspir na escarradeira. Se mandavam seus respeitos a alguém, o portador garantia-lhes: “Farei presente”. Outros, ao cruzarem com um sacerdote, tiravam o chapéu, exclamando: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”; ao que o cumprimentado respondia: “Para sempre seja louvado”. E os eruditos, se alguém espirrava – sinal de defluxo – eram impelidos a exortar: Dominus tecum. Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário, e com isso punham a mão em cumbuca. Era natural que com eles se perdesse a tramontana. A pessoa cheia de melindres ficava sentida com a desfeita que lhe faziam quando, por exemplo, insinuavam que seu filho era artioso. É verdade que às vezes os meninos eram encapetados, e chegavam a pitar escondido atrás da igreja. As meninas não: verdadeiros cromos, umas teteias.
3. Antigamente, certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios; outros eram pegados com a boca na botija, contavam tudo tintim-por-tintim e iam comer o pão que o diabo amassou, lá onde Judas perdeu as botas. Uns raros amarravam cachorros com linguiça. E alguns ouviam cantar o galo, mas não sabiam onde. As famílias faziam sortimento na venda, tinham conta no carniceiro e arrematavam qualquer quitanda que passasse à porta, desde que o moleque do tabuleiro, quase sempre um “cabrito”, não tivesse catinga. Acolhiam com satisfação a visita do cometa, que, andando por ceca e meca, traziam as novidades “de baixo”, ou seja, do Rio de Janeiro. Ele vinha dar uma prosa e deixar presente ao dono da casa um canivete roscofe. As donzelas punham carmim e chegavam à sacada para vê-lo apear do macho faceiro. Infelizmente, alguns eram mais que velhacos: eram grandessíssimos tratantes.
4. Acontecia o indivíduo apanhar uma constipação; ficando perrengue, mandava um próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtysica.
5. Antigamente os sobrados tinham assombrações; os meninos, lombrigas; asthma, os gatos; os homens portavam ceroulas, botinas e capa de goma; a casimira tinha de ser superior e mesmo X.P.T.O. London; não havia fotógrafos, mas retratistas e os cristãos não morriam: descansavam.
6. Mas tudo isso era antigamente, isto é, outrora.
(Carlos Drummond de Andrade, Quadrante 1. 4ª Edição,Rio de Janeiro, Editora do Autor, 1966)
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A. Faça a correspondência entre as frases que contenham o mesmo significado:
a. Os janotas, mesmo não sendo rapagões, faziam-lhe pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio.
b. E se levavam tábua, o remédio era tirar o cavalo da chuva.
c. As pessoa, quando corriam, era para tirar o pai da forca.
d. O que não impedia que esse ou aquele embarcasse em canoa furada.
e. Estes, de pouco siso, se metiam em camisa de onze varas e até em calças pardas.
f. Não admira que dessem com os burros n’água.
g. Ao visitarem uma família de maior consideração, sabiam cuspir na escarradeira.
h.Antigamente,certos tipos faziam negócios e ficavam a ver navios
i. Outros eram pegados com a boca na botija.
j. Jogavam verde para colher maduro.
k. Sabiam com quantos paus se faz uma canoa.
l. Faziam o quilo, saindo para tomar a fresca.
m. Embora sem saber da missa a metade, os presunçosos queriam ensinar padre-nosso ao vigário e com isso punham a mão em cumbuca.
n. Era natural que com eles a gente perdesse a tramontana.
o. Ouviam o galo cantar, mas não sabiam onde.
p. Uns raros amarravam cachorros com linguiça.
1. ( ) Não admira que se dessem mal.
2. ( ) Faziam negócios e ficavam sem nada.
3. ( ) Os mauricinhos, mesmo não sendo boas pintas, paqueravam, mas ficavam curtindo uma de esperar.
4. ( ) Ao visitarem uma família bem instruída, sabiam portar-se devidamente.
5. ( ) O que não impedia que esse ou aquele entrasse numa fria.
6. ( ) Outros eram pegos em flagrante.
7. ( ) Se levavam um fora, o jeito era sair pra outra.
8. ( ) As pessoa só se apressavam, só corriam em casos extremos.
9. ( ) Estes, de pouco siso, metiam-se em confusões.
10. ( ) Uns poucos viviam na riqueza, esbanjando à vontade.
11. ( ) Procuravam sondar, davam uma pequena “dica” para obter informações maiores.
12. ( ) Tinham ouvido falar, por alto, no assunto mas não conheciam os detalhes.
13.( ) Conheciam muito bem o assunto, estavam bem informados
14. ( ) Era natural que com eles a gente se desnorteasse, se atrapalhasse até perder a paciência.
15. ( ) Digeriam tranquilamente a refeição dando uma voltinha.
16. ( ) Embora, por for a do assunto, queriam dar uma de entendidos e aí se complicavam.
B. Traduza o texto de Carlos Drummond de Andrade, para a linguagem padrão atual, porém ser usar gírias grosseiras ou expressões idiomáticas.
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GABARITO
Questão A:
1. F 2. H 3. A 4. G 5. D 6. I 7. B 8. C 9. E 10. P 11. J 12. O 13. K 14. N 15. L 16. M
Questão B:
Seu texto deve ter ficado mais ou menos assim:
Antigamente as moças eram educadas e elegantes e eram todas muito lindas e boas donas de casa. A festa de aniversário mais esperada era quando completavam 18 anos, pois nessa idade eram, em geral, pedidas em casamento. Os rapazes, mesmo que não fossem bonitões, paqueravam as moças, de longe, sem se manifestarem. E se recebiam um “não” para suas pretensões de namoro, o jeito era procurar outra namorada. As pessoas, quando corriam, era porque estavam com muita pressa e não eram surpreendidas por qualquer coisa, ruim ou boa. Algumas davam pequenas informações com a esperança de obter outras que ninguém sabia e com isso julgavam saber mais que os outros. Enquanto isso, haviam os que ficavam em situação difícil ou, às vezes, embaraçosa, porque eram iludidos, abandonados e desapareciam sem deixar vestígios. Os mais velhos, depois das refeições, faziam a digestão indo passear em locais frescos e calmos. E tomavam cuidado para não se resfriarem. Os jovens iam ao cinema e chupavam bombons de hortelã e gengibre. Ou sonhavam em andar de avião. Estes, sem nenhuma vergonha, se metiam em confusão e situações difíceis; por isso se enganavam e perdiam bons negócios. Havia os que recebiam uma boa educação quando crianças e quando estavam em ambientes requintados sabiam se comportar devidamente. Se enviavam alguma mensagem a alguém, o portador da mesma assegurava que a entregaria. Outros, quando encontravam um padre, tiravam o chapéu em sinal de res-peito e diziam: “Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!” e o padre sempre respondia: “Para sempre seja louvado!” E os que tinham mais conhecimento, se alguém espirrava – sinal de alguma alergia ou gripe – eram impelidos a dizer: “O Senhor esteja contigo!” Os presunçosos, apesar de não terem conhecimento suficiente sobre alguns assuntos, queriam demonstrar que os entendiam aí se complicavam. Era natural que com eles as pessoa se atrapalhassem e perdessem a paciência. Haviam os que ficavam magoados por qualquer negativa que lhes fizessem ou se se referissem aos seus familiares de modo sincero ou verdadeiro sobre seu mau comportamento. Era verdade que os meninos eram bem ardilosos e até fumavam escondido. As meninas, não: essas eram muito educadas, não faziam bagunça, verdadeiras “ladies”.
Antigamente, certos homens faziam negócios e perdiam tudo; outros eram flagrados fazendo coisas erradas. E por isso tinham que explicar tudo, minuciosamente, às autoridades. O resultado é que tinham que pagar por seus erros so-frendo as penalidades da lei e da sociedade, bem longe dos seus familiares e amigos e até de sua cidade. Uns raros, bem ricos, esbanjavam dinheiro e riquezas com coisas fúteis. E outros ouviam falar de alguns assuntos sem, entretanto, conhecer os seus deta-lhes. As famílias compravam os produtos alimentícios nos super-mercados, tinham crédito no açougue e compravam qualquer coisa que lhe fosse oferecida na porta de casa, desde que o vendedor, quase sempre um negrinho magro, estivesse bem limpo e cheiroso. Recebiam com satisfação a visita dos vendedores ambulantes, que viajavam por várias cidades, levando as últimas novidades da indústria do Rio de Janeiro e São Paulo. Eles vinham oferecer suas mercadorias e quase sempre deixar como presente ao dono da casa, algum objeto que lhe fosse útil e de marca conhecida. As moças se maquiavam e ficavam à janela para vê-los descer do cavalo. Infelizmente alguns não eram confiáveis.
Se acontecia de um indivíduo ficar gripado ou resfriado, mandava um mensageiro chamar o médico e, depois ia à farmácia comprar os remédios, quase sempre de cápsulas ou pílulas de cheiro ruim. Doença sem cura era a tuberculose.
Antigamente as mansões eram habitadas por espíritos que assombravam as pessoa; os meninos tinham verminose; os gatos tinham asma; os homens usavam cuecas, sapato de couro de cano médio e paletó engomado. A casimira tinha de ser de boa qualidade, da marca X.P.T.O. London. Os fotógrafos eram chamados de retratistas e os cristãos quando morriam, descansavam.
Mas isto foi há muito tempo atrás.
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ANEXO B – ESTRUTURA DA ORAÇÃO
ESTRUTURA DA ORAÇÃO
1. Termos essenciais: → sujeito – simples, composto, indeterminado e inexistente
→ predicado – nominal, verbal e verbo-nominal
2. Termos integrantes: → complemento nominal
→ complemento verbal – objeto direto, objeto indireto e predicativo
→ agente da passiva
3. Termos acessórios: → adjunto adnominal
→ adjunto adverbial
→ aposto
→ vocativo
O esquema apresentado resume a nomenclatura das funções exercidas pelas palavras, na oração. Podemos comparar esta estrutura com o corpo humano em que os termos essenciais (que não podem faltar na oração) representam os ossos e os órgãos vitais tais como o coração, o pulmão,, os rins, o estômago, etc.
Os termos integrantes podem ser comparados ao sistema reprodutivo humano: o útero, os ovários, o escroto. O homem precisa desses órgãos mas não são essenciais à sua vida, assim como os termos integrantes da oração. Pode existir oração sem a presença desses termos.
Os termos acessórios, como o nome já informa, são termos que preenchem alguma lacuna, enfeitam a oração. Podem ser comparados aos cabelos, às unhas humanas.
Cada função exercida pelas palavras na oração, pode ser exercida também por uma oração completa dentro do período composto. Isso, veremos quando chegarmos ao estudo sobre orações coordenadas e subordinadas.
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ANEXO C – TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
Dando continuidade ao nosso estudo sobre frases, vamos, agora, deter nossa atenção às frases estruturadas com verbo, ou seja, as orações.
No estudo das orações, é importante distinguirmos os termos que a formam a fim de que nossa comunicação se torne mais correta e eficiente.
Neste Roteiro, vamos iniciar o estudo da oração, começando pelos seus dois termos essenciais: o sujeito e o predicado.
Esses termos são chamados de essenciais porque são fundamentais para a formação da oração. Assim como no corpo humano existem órgãos que são essenciais à vida, também na oração existem termos essenciais para a formação da sua estrutura. Observe a frase:
“No princípio criou Deus os céus e a terra.” (Gênesis 1:1)
Já sabemos que a frase que se forma com a presença de um verbo é chamada de oração. E é justamente a presença do verbo que faz com que a oração possa ser dividida em sujeito e predicado. Assim, na oração “No princípio, criou Deus os céus e a terra”, sabemos que:
- Deus: é o ser de quem se diz alguma coisa
- Criou os céus e a terra, no princípio: é o que dizemos sobre Deus.
A expressão “Deus” e “criou os céus e a terra, no princípio” são termos básicos dessa oração.
Você deve ter notado que o sujeito não está no início da frase. Portanto não é pela ordem dos termos na oração que os identificamos. O importante é saber reconhecer a parte da oração que constitui o sujeito e a parte que constitui o predicado. Neste exemplo podemos colocar o sujeito em outros lugares, ainda assim ele continuará sendo o sujeito dela. Observe:
- No princípio, criou Deus os céus e a terra.
- Deus, no princípio, criou os céus e a terra.
- Criou, Deus, os céus e a terra, no princípio.
- Deus criou, no princípio, os céus e a terra.
Porém, algumas construções sintáticas (organização das palavras na oração) não é possível acontecer, sob pena de não estarmos dizendo a verdade ou de sermos incoerentes com o pensamento. Veja:
- Os céus e a terra criou Deus, no princípio.
Você percebeu a incoerência da afirmação? Os céus e a terra foram os criadores de Deus? Além disso há um erro de concordância verbal! Os céus e a terra criaram… (se o sujeito fosse realmente esse!)
Isso acontece, porque, em português, há uma ordem mais ou menos definida, de organização estrutural da oração:
Sujeito + predicado + complementos
Podemos deslocar o sujeito e o predicado fora dessa ordem, mas, não a ponto de alterarmos o sentido da frase.
O sujeito da oração é o termo a respeito de quem se declara, se afirma ou se nega, se diz alguma coisa. Podemos encontrá-lo fazendo a seguinte pergunta ao verbo:
Pergunta: Quem criou? Resposta: Deus
O predicado da oração é tudo aquilo que se declara, se afirma ou se nega, se diz do sujeito. Numa oração simples (só com um verbo), quando encontramos o sujeito, o que sobra será predicado.
No exemplo dado, se “Deus” é o sujeito, então “criou os céus e a terra, no princípio” será o predicado.
Vamos repetir, para você entender melhor:
Sujeito – Deus
Predicado – criou os céus e a terra, no princípio.
Entretanto, há alguns casos, em Português, de oração sem sujeito; na verdade, nesses casos, expressam-se declarações, mas não existe a que ou a quem essas declarações se referem. Quando se diz, por exemplo: “Haja luz!”(Gên. 1:3), esta é uma declaração que não existe a quem se refere. Este é um exemplo de oração sem sujeito.
Assim, o único termo realmente essencial, em português, é o predicado, já que pode haver oração sem sujeito, mas nunca oração sem predicado.
Como os casos de oração sem sujeito são menos constantes, consideram-se que os termos essenciais da oração são dois: sujeito e predicado.
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Vamos ao exercícios.
A. Escreva F, para a frase que não é oração e O, se a frase for oração:
1. ( ) Bom dia, colegas!
2. ( ) O pai procurou o menino.
3. ( ) O menino correu para a rua.
4. ( ) Felicidades para você!
5. ( ) O ônibus deu uma freada brusca.
6. ( ) Fique quieto, menino!
7. ( ) O menino escondeu a chave.
8. ( ) Que linda criança!
B. Reescreva os orações, deslocando o sujeito de modo que não haja incoerência de sentido da frase original.
1. Essas história são interessantes.
2. O trem já partiu.
3. As encomendas não chegaram.
4. Muitos alunos foram aprovados.
5. Todos os professores participaram da reunião.
6. A festa já estava preparada.
7. Esse trabalho está muito bem feito.
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GABARITO
Questão A: 1 – F 2 – O 3 – O 4 – F 5 – O 6 – O 7 – O 8 – F
Questão B:
- São interessantes, essas histórias.
- Já partiu o trem.
- Não chegaram as encomendas.
- Foram aprovados muito alunos.
- Participaram da reunião todos os professors.
- Já estava preparada a festa
- Está muito bem feito, esse trabalho.
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ANEXO D – QUEM É O SUJEITO?
O conceito de sujeito é: SUJEITO É A PESSOA OU COISA SOBRE A QUAL SE FAZ ALGUMA DECLARAÇÃO.
É o ser sobre o qual afirmamos ou negamos uma ação: “Deus fez separação entre a luz e as trevas.”(Gên. 1:4)
Pode ser também o ser do qual afirmamos ou negamos um estado: “A terra era sem forma e vazia.” (Gên. 1:2)
Pode ainda ser alguém do qual afirmamos ou negamos uma qualidade: “… a luz era boa.” (Gên. 1:4)
Mas, devemos estar atentos. Há quem diga que o sujeito é aquele que pratica a ação verbal. Esta afirmativa não é verdadeira. Se isto fosse verdade, na frase: Pedro apanhou dos irmãos, o sujeito seria irmãos, pois foram eles que praticaram a ação de surrar, bater no Pedro. Mas é claro que nesta frase o sujeito é Pedro, pois é sobre ele que estamos afirmando algo.
Também costuma-se dizer que sujeito é aquele que pratica e sofre a ação verbal. Não podemos pensar só em termos da ação verbal. Na frase: Pedro é bonito, não há nenhuma ação sendo praticada e Pedro (que não pratica nem sofre a ação do verbo) é o sujeito, pois é sobre ele que afirmamos algo.
Portanto, não se deve confundir sujeito da oração (ser do qual se diz algo) com o autor da ação verbal (ser que pratica a ação) porque pode acontecer de o sujeito ser alguém diferente daquele que pratica a ação ou pode até nem mesmo praticar a ação verbal.
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PALAVRAS QUE PODEM EXERCER A FUNÇÃO DE SUJEITO
O sujeito pode ser representado por:
1 – substantivos. Ex: A terra produziu relva, ervas e árvores frutíferas. (Gên. 1:12)
2 – pronomes pessoais. Ex: “… tenha ele domínio sobre os peixes do mar…”(Gên. 1:26); “… ela me deu da árvore e eu comi.”(Gên. 3:12)
3 – pronomes demonstrativos. Ex: “Esta é a gênese dos céus e da terra.” (Gên. 2:4); “Esta, afinal, é osso dos meus ossos…”(Gên. 2:23)
4 – pronomes relativos. Ex: “Produza a terra relva e ervas que deem sementes…” (Gên.1:11)
5 – pronomes interrogativos. Ex: “Quem te fez saber…?” (Gên. 3:11)
6 – pronomes indefinidos. Ex: “Tudo era muito bom.”(Gên. 1:31)
7 – numeral. Ex: “O primeiro chama-se Pisom…” (Gên. 2:11); “Os dois tornaram-se uma só carne.”(Gên. 2:24)
8 – uma palavra ou expressão transformada em substantivo: Ex: “… o obedecer é melhor que o sacrificar..: (I Samuel 15:22)
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Exercícios.
Separe o sujeito do predicado:
a) O menino saiu de casa.
Sujeito – _______________________
Predicado – _____________________
b) O pai ficou preocupado.
Sujeito –
Predicado –
c) As aulas recomeçarão amanhã.
Sujeito –
Predicado –
d) Os estudantes voltaram à escola.
Sujeito –
Predicado –
e) O professores chegaram.
Sujeito –
Predicado –
f) Nós gostamos das aulas.
Sujeito –
Predicado –
g) Muitos alunos faltaram às aulas.
Sujeito –
Predicado –
h) Pedro viajará amanhã.
Sujeito –
Predicado –
i) Estavam alegres aquelas crianças.
Sujeito –
Predicado –
j) Fugiram os assaltantes.
Sujeito –
Predicado –
k) Os alunos ficaram em silêncio.
Sujeito –
Predicado –
l) Nasceu no jardim uma roseira.
Sujeito –
Predicado –
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GABARITO
a) sujeito: O menino predicado: saiu de casa.
b) sujeito: O pai predicado: ficou preocupado.
c) sujeito: As aulas predicado: recomeçarão amanhã.
d) sujeito: Os estudantes predicado: voltaram à escola.
e) sujeito: O professores predicado: chegaram.
f) sujeito: Nós predicado: gostamos das aulas.
g) sujeito: Muitos alunos predicado: faltaram às aulas.
h) sujeito: Pedro predicado: viajará amanhã.
i) sujeito: aquelas crianças predicado: Estavam alegres
j) sujeito: os assaltantes. Predicado: fugiram
k) sujeito: Os alunos predicado: ficaram em silêncio.
l) sujeito: uma roseira. Predicado: Nasceu no jardim.
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LEITURA SUPLEMENTAR
REPÓRTER POLICIAL
O repórter policial, tal como o locutor esportivo, é um camarada que fala uma língua especial, imposta pela contingência: quanto mais cocoroca, melhor. Assim como o locutor esportivo jamais chamou nada pelo nome comum, assim também o repórter policial é um entortado literário. Nessa classe, os que se prezam nunca chamariam um hospital de hospital. De jeito nenhum. É nosocômio. Nunca, em tempo algum, qualquer vítima de atropelamento, tentativa de morte, conflito, briga ou simples indisposição intestinal foi parar num hospital. Só vai para o nosocômio.
E assim sucessivamente. Qualquer cidadão que vai à Polícia prestar declarações que possam ajudá-la numa diligência (apelido que eles puseram no ato de investigar) é logo apelidado de testemunha-chave. Suspeito é Mister X, advogado é causídico, soldado é militar, marinheiro é naval, copeira é doméstica e, conforme esteja deitada, a vítima de um crime – de costas ou de barriga pra baixo – fica numa destas duas incômodas posições: decúbito dorsal ou decúbito ventral.
Num crime descrito pela imprensa sangrenta, a vítima nunca se vestiu. A vítima trajava. Todo mundo se veste… mas basta virar vítima de crime, que a rapaziada sadia ignora o verbo comum e mete lá: “A vítima trajava terno azul e gravata do mesmo tom.” Eis, portanto, que é preciso estar acostumado ao métier para morar no noticiário policial. (…)
Se um porco morde a perna de um caixeiro de uma dessas casas de banha, por exemplo, é batata… a manchete do dia seguinte tá lá: “Suíno atacou comerciário.”
Outro detalhezinho interessante: se a vítima de uma agressão morre, tá legal, mas se – ao contrário – em vez de morrer fica estendida no asfalto, está indefectivelmente prostrada. Podia estar caída, derrubada ou mesmo derribada, mas um repórter de crime não vai trair a classe assim à toa. E castiga na página: “Naval prostrou desafeto com certeira facada.” Desafeto – para os que são novos na turma – devemos explicar que é inimigo, adversário, etc. E mais: se morre na hora, tá certo; do contrário, morrerá invariavelmente ao dar entrada na sala de operações.
(Stanislaw Ponte Preta, Primo Altamirando e Elas. 4a. Edição, Editora Sabiá, 1964)
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AUTO-AVALIAÇÃO
A. Identifique os núcleos dos sujeitos. Em seguida, substitua esses núcleos por pronomes ou numerais.
1. Os robôs domésticos nunca se cansam.
2. Ana, Cláudia e Patrícia já foram almoçar.
3. Sua atitude não me surpreendeu nem um pouco.
B. Identifique o sujeito e o predicado de cada frase abaixo:
1. Os dinossauros também viveram nos pólos.
Sujeito: Predicado:
2. Tem aumentado ultimamente as denúncias contra cientistas.
Sujeito: Predicado:
3. Existem mais de cem espécies de frutas venenosas.
Sujeito: Predicado:
4. Nos galhos da pitangueira, brincavam livremente os pássaros.
sujeito: predicado:
5. Nos últimos dez anos, muitos abandonaram seus sonhos.
sujeito: predicado:
6. Nestes livros, muitos autores contam suas experiências pessoais.
sujeito: predicado:
7. Naquele momento, foram saindo disfarçadamente os culpados.
sujeito: predicado:
8. São inadmissíveis os crimes de guerra da Bósnia.
sujeito: predicado:
C. Reoorganize as orações na ordem direta dos seus termos (sujeito + predicado + complementos):
1. Apareceu no jardim da casa de Ana Maria um ramalhete de flores.
2. No último verão, foram reformadas as casas da vila.
3. Aconteceram coisas estranhas naquele dia.
4. Chegou ontem a Brasília mais um embaixador estrangeiro.
5. Na sala do tribunal a assistência permanecia muda.
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GABARITO – Atribua 4 pontos a cada resposta correta. Se você alcançar o total de 80 pontos, considere-se apto neste assunto.
Questão A
1. Os robôs doméstico – Eles
2. Ana, Cláudia e Patrícia – Elas ou As três
3. Sua atitude – Isto ou Isso
Questão B.
1. Os dinossauros também viveram nos pólos.
Sujeito: os dinossauros Predicado: também viveram nos pólos
2. Tem aumentado ultimamente as denúncias contra cientistas.
Sujeito: as denúncias contra cientistas Predicado: tem aumentado ultimamente
3. Existem mais de cem espécies de frutas venenosas.
Sujeito: mais de cem espécies de frutas venenosas Predicado: existem
4. Nos galhos da pitangueira, brincavam livremente os pássaros.
sujeito: os pássaros predicado: nos galhos das pitangueiras brincavam livremente
5. Nos últimos dez anos, muitos abandonaram seus sonhos.
sujeito: muitos predicado: nos últimos dez anos abandonaram seus sonhos.
6. Nestes livros, muitos autores contam suas experiências pessoais.
sujeito: muitos autores predicado: nestes livros, contam suas experiências pessoais
7. Naquele momento, foram saindo disfarçadamente os culpados.
sujeito: os culpados predicado: naquele momento, foram saindo disfarçadamente
8. São inadmissíveis os crimes de guerra da Bósnia.
sujeito: os crimes de guerra da Bósnia predicado: são inadmissíveis
Questão C.
1. Um ramalhete de flores apareceu no jardim da casa de Ana Maria.
2. As casas da vila foram reformadas no último verão.
3. Coisas estranhas aconteceram naquele dia.
4. Mais um embaixador estrangeiro chegou ontem à Brasília.
5. A assistência permanecia muda, na sala do tribunal.
Adorei a leitura e os exercícios. Aprendi muito resolvendo os exercícios. Obrigado.
Gostei muito das destas atividades! estou aprendendo muito, resolvendo os exercícios e corrigindo-os no gabarito
Até agora não consegui entender predicado, pois no sujeito eu sou fera… Mas a intenção do site é muito boa …
Porém acho que eu é que estou precisando de uma professora particular mesmo…
kkkkkkkkkkkkkkkkk………
Obrigado por essas questões, por que desenvolve o conhecimento de muitas pessoas sendo crianças, jovens ou adultos.
Mas a intençao desse site é ensinar e explicar o que é sujeito e predicado ou outras coisas da gramática e de outras matérias…
Mas o que eu sei é que aprendi o que é sujeito lendo e resolvendo os exercicios… Parabéns pelo site!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Obrigada! Essas questões me ajudaram bastante. bj
Muito bons, os exercícios! Ajudaram-me bastante!
Primeiramente quero dizer que o seu blog está ótimo, assim como seus surpreendentes posts. Enfim descobri o que carecia saber sobre isso de uma maneira concisa e direta. Já favoritei seu blog e irei acompanhá-lo daqui pra frente.
Gostei muito! De montão!
(ARIQUEMES/RO) Este site é muito legal, pois dá para todos, professores e alunos, fazerem consultas e testarem os conhecimentos.
Parabéns pela iniciativa.
(Santana/AP) Gostaria de saber o sujeito de: ” ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico um brado retumbante.”
Olá, Manoel! Achar o sujeito dessa frase: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas / de um povo heróico o brado retumbante”, tem gerado dúvidas
porque sempre achamos que falta uma crase no “as”(de as margens…). Na letra oficial não existe crase, portanto, o sujeito é: “as margens do Ipiranga”.
Se colocarmos a frase na ordem direta dos termos da oração teremos: as margens plácidas do ipiranga ouviram o brado retumbante de um povo heróico.
Nesse caso temos que considerar que o poeta usou de uma figura de linguagem, pois, convenhamos, o riacho do ipiranga não tem ouvidos e só uma figura de linguagem permite essa construção semântica.
Esperamos ter esclarecido sua dúvida.
Adorei a leitura e os exercícios. Aprendi muito resolvendo os exercícios. Obrigado.