LITERATURA – ROTEIRO N° 02
1 – TEMA: Períodos literários em Portugal e no Brasil.
2 – PRÉ-REQUISITO:
- Ler com compreensão.
- Conhecer os principais eventos históricos de povos europeus e sul-americanos, principalmente de Portugal e Brasil.
3 – META: Ao final do estudo, você deverá ser capaz de:
- interpretar textos e painéis
- relacionar os períodos literários da língua portuguesa aos principais eventos históricos ocorridos em Portugal e no Brasil
4 – PRÉ-AVALIAÇÃO: O objetivo da pré-avaliação é diagnosticar o quanto se tem conhecimento de um assunto. Para isso, basta que você responda à Auto-avaliação que está no início deste Roteiro, antes de ler qualquer texto existente nele. Se você alcançar um resultado igual ou superior a 80 pontos, não precisa estudar o assunto, pois você já o domina suficientemente. Caso contrário, vá direto para as Atividades de Estudo.
5 – ATIVIDADES DE ESTUDO: Ler com entendimento é pré-requisito para se aprender qualquer coisa através da leitura. Portanto, faça o seguinte:
a) Tenha um dicionário de Português ao seu alcance, para consultá-lo sobre as palavras que você desconhece o significado;
b) Procure um lugar sossegado para ler os textos e fazer os exercícios;
c) Leia primeiro o texto; faça em seguida os exercícios; compare suas respostas com o gabarito e veja o que errou; retorne ao texto para verificar o porquê do erro.
6 – PÓS-AVALIAÇÃO: Após ter feito o estudo dos textos e os exercícios, responda às questões propostas na Auto-avaliação. Creio que você agora, acertará todas. Caso isso não aconteça, consulte as orientações dadas nas Atividades Suplementares.
7 – ATIVIDADES SUPLEMENTARES: Se você não conseguiu alcançar 80 pontos na Pós-avaliação, volte à leitura dos textos, agora com mais atenção. Sem pressa. A leitura com compreensão é a base da aprendizagem.
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AUTO-AVALIAÇÃO
Nesta auto-avaliação estamos oferecendo a você a oportunidade de testar seus conhecimentos a respeito da História da Literatura Portuguesa e Brasileira. Esta auto-avaliação é composta de questões que cobrem todo o estudo sobre essa importante parte da Língua Portuguesa. Vale por um exame simulado. Atribua 2,5 pontos para cada resposta que você acertar. Se você alcançar 80 pontos na contagem final dos valores atribuídos a cada questão, parabéns! Você não precisa ir em frente no estudo dos Roteiros, pois você está preparado para enfrentar qualquer exame vestibular que envolva a História da Literatura Portuguesa e Brasileira e não terá dificuldades em cursar uma Faculdade na área de Letras.
Assinale a única alternativa correta:
1. Qual das obras seguintes é de autoria de Gil Vicente?
a. ( ) Auto do Filodemo
b. ( ) Auto da Alma
c. ( ) Auto da Barca do Motor Fora da Borda
d. ( ) Auto das Regateiras
2. “Senhora, partem tão tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tão tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.”
O trecho do poema acima transcrito, evidencia características:
a. ( ) medievais b. ( ) clássicas
c. ( ) barrocas d. ( ) arcádicas
3. “Ridendo castigat mores”, provérbio latino que significa condenar os costumes através do riso, da sátira, aplica-se às obras de:
a. ( ) Paio Soares de Taveirós b. ( ) Camilo Castelo Branco
c. ( ) Gil Vicente d. ( ) Camões
4. O Padre Manoel Bernardes distinguiu-se na literatura portuguesa:
a. ( ) pela força de suas peças oratórias
b. ( ) por seus poemas de assuntos religiosos
c. ( ) por suas obras de fundo moralista e cristão
d. ( ) por suas obras de caráter histórico
5. Natércia, Gertrúria e Hermengarda são personagens que aparecem, respectivamente, nas obras de:
a. ( ) Bocage, Garret e Herculano
b. ( ) Paio Soares de Taveirós, Bocage e Garret
c. ( ) Camões, Bocage e Garret
d. ( ) Camões, Bocage e Herculano
6. Clara, Margarida, Pedro, Daniel, João Semana e José das Dornas são personagens do romance:
a. ( ) Eurico, o Presbítero b. ( ) A Morgadinha dos Canaviais
c. ( ) As Pupilas do Senhor Reitor d. ( ) Amor de Perdição
7. Assinale a alternativa que só contenha obras de Camilo Castelo Branco:
a. ( ) Lendas e Narrativas, Carlota Ângela, A Doida do Candal
b. ( ) Amor de Perdição, A Queda de um Anjo, O Livro Negro do Padre Dinis
c. ( ) O Alfageme de Santarém, Amor de Salvação, Amor e Melancolia
d. ( ) Memórias de Guilherme do Amaral, Eusébio Macário, Eu e o Clero
8. O Sermão em que Pe. Antonio Vieira compara o ato de pregar com o ato de semear é o:
a. ( ) Sermão do Mandato
b. ( ) Sermão de Santo Antonio
c. ( ) Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal Contra as de Holanda
d. ( ) Sermão da Sexagésima
9. “Reduzido ao essencial do tema, o romance contém a história de outro desgraçado sacerdote, Frei Vasco, da Ordem dos Frades Bernardos ou cistercienses, jovem em cujo ser lutavam atroz e tragicamente duas poderosas e irreconciliáveis forças: as da passionalidade e as da consciência moral. Essa tragédia se passa em 1139, quando começava a reinar D. João I, o mestre de Avis.” O texto refere-se à obra:
a. ( ) Eurico, o Presbítero – de Alexandre Herculano
b. ( ) O Monge de Cister – de Alexandre Herculano
c. ( ) O Arco de Santana – de Almeida Garret
d. ( ) Frei Luís de Sousa – de Almeida Garret
10. As datas que foram convencionadas para o início do Classicismo, Arcadismo e Romantismo em Portugal são, respectivamente:
a. ( ) 1198 – 1580 – 1865 b. ( ) 1418 – 1572 – 1756
c. ( ) 1527 – 1756 – 1825 d. ( ) 1580 – 1756 – 1865
11. Assinale a alternativa cujas características do período literário se refletem no texto abaixo:
A Lua de Londres
É noite: o astro saudoso
Rompe a custo o plúmbeo céu
Tolda-lhe o rosto formoso
Alvacento, úmido véu.
Traz perdida a cor de prata,
Na água não se retrata,
Não beija o campo a flor;
Não traz cortejo de estrelas,
Não fala de amor às belas
Não fala aos homens de amor.
Meiga lua, os teus segredos
Onde os deixastes ficar?
Deixaste-os nos arvoredos
Das praias d’além mar?
Foi na terra tua amada
Nessa terra tão banhada
Por teu límpido clarão?
Foi na terra dos verdores
Na Pátria dos meus amores
Pátria do meu coração?
a. ( ) Romantismo b. ( ) Arcadismo
c. ( ) Barroco d. ( ) Classicismo
12. Faça a correlação entre os autores e suas características:
a. ( ) Fernão Lopes I. Restaurador do teatro português
b. ( ) Almeida Garret II. Introdutor do romance histórico em Portugal
c. ( ) Gil Vicente III. Conhecido como Heródoto português
d. ( ) Alexandre Herculano IV. Conhecido como Plauto português
13. O movimento literário romântico, no Brasil, coincide historicamente com:
a. ( ) a decadência da pecuária na região Nordeste
b. ( ) o início da industrialização na região Sul
c. ( ) a autonomia política do Brasil
d. ( ) os períodos de ditadura militar ocorrido no Brasil
14. Sua importância como romântico se define muito mais pela sua atividade como divulgador de manifestos e novas tendências literárias do que pelo valor estético da sua obra. Foi o iniciador do Romantismo no Brasil. Trata-se de:
a. ( ) Gonçalves Dias b. ( ) Castro Alves
c. ( ) Gonçalves de Magalhães d. ( ) José de Alencar
15. “Quanto à forma… nenhuma ordem seguimos; exprimimos as idéias como elas se apresentam, para não destruir o acento da inspiração; além de que a igualdade de versos, a regularidade das rimas e a simetria das estâncias produzem uma tal monotonia e dão uma certa feição de concertado artifício que jamais podem agradar.” (Gonçalves de Magalhães. Suspiros Poéticos e Saudades – Prefácio)
O texto acima explicita duas características do Romantismo em poesia. De acordo com ele, conclui-se que estas características são:
a. ( ) oposição entre Razão e Sentimento íntimo
b. ( ) culto à inspiração e liberdade rítmica
c. ( ) religiosidade e misticismo
d. ( ) arte pela arte e busca da perfeição técnica na arte de escrever
16. Iniciou-se em literatura com a peça teatral Camões e o Jaú. Sua obra poética pode ser caracterizada com alguns traços temáticos: exílio, lirismo-amoroso, saudade da terra natal e nostalgia da infância. Morreu de tuberculose em 1860. Trata-se de:
a. ( ) Casimiro de Abreu b. ( ) Álvares de Azevedo
c. ( ) Gonçalves Dias d. ( ) Gregório de Matos
17. Entre 1850 e 1870, mais ou menos, uma tendência dominou a poesia brasileira. Ela se caracterizou pelo uso exagerado de antíteses, tropos hiperbólicos, retórica a serviço de causas sociais, poesia participante, de caráter humanista e abolicionista. Influência direta de Victor Hugo, principalmente na poesia de Castro Alves. Esta tendência é conhecida como:
a. ( ) “mal du siècle” b. ( ) condoreirismo
c. ( ) epicurismo d. ( ) ecumenismo
18. O livro Glaura, reunião de rondós e madrigais, foi escrito por:
a. ( ) Gregório de Matos b. ( ) Gonçalves de Magalhães
c. ( ) Junqueira Freire d. ( ) Silva Alvarenga
19. Prosopopéia, obra que é lembrada como a primeira descrição poética de Pernambuco, é de autoria de:
a. ( ) Botelho de Oliveira b. ( ) Silva Alvarenga
c. ( ) Bento Teixeira d. ( ) Pero de Magalhães Gandavo
20. Nasceu em Lisboa em 1810 e morreu em 1877. Exilou-se na Inglaterra e na França, de onde regressou como soldado do exército de Dom Pedro. Trabalhou em O Panorama, onde ocupou o cargo de diretor, até que, em 1839, passou a diretor das bibliotecas reais das Necessidades e da Ajuda. Estamos nos referindo à:
a. ( ) Camilo Castelo Branco b. ( ) Almeida Garret
c. ( ) Julio Dinis d. ( ) Alexandre Herculano
21. Seus autos pastoris se estruturam com éclogas encenadas à maneira de Juan del Encina. Trata-se de diálogos cômicos de pastores, como o Auto Pastoril Português ou o Auto Pastoril Castelhano. Por vezes, este diálogo de pastores combinam-se com alegorias, como acontece no Auto da Fé ou no Auto Pastoril da Serra da Estrela. Estamos falando de:
a. ( ) Gil Vicente b. ( ) Fernão Lopes
c. ( ) Antonio Feliciano de Castilho d. ( ) Frei Luís de Sousa
22. Gil Vicente escreveu a obra intitulada:
a. ( ) Auto do Filodemo b. ( ) Floresta de Enganos
c. ( ) Auto da Compadecida d. ( ) Quem Casa Quer Casa
23. Assinale a afirmativa correta:
a. ( ) A presença de cantigas de amigo na lírica trovadoresca portuguesa é consequência da influência provençal.
b. ( ) O eu-lírico masculino e a presença constante de paralelismo e refrão identificam as cantigas de amor.
c. ( ) O Cancioneiro da Biblioteca Nacional abrange todos os gêneros poéticos cultivados durante o Trovadorismo português.
d. ( ) A poesia trovadoresca, pelo aspecto idealizado do relacionamento amoroso nela presente, não serve de documento social.
24. “E, enquanto eu estes canto, e a vós não posso,
Sublime Rei, que não me atrevo a tanto,
Tomai as rédeas vós do Reino vosso;
Dareis matéria a nunca ouvido canto.
Comecem a sentir o peso grosso
(Que pelo mundo todo faça espanto)
De exércitos e feitos singulares
De África as terras e do Oriente os mares.”
O texto acima, extraído de Os Lusíadas, faz parte da:
a. ( ) Proposição b. ( ) Invocação
c. ( ) Dedicatória d. ( ) Narração
25. Assinale a afirmativa correta:
a. ( ) A oposição existente entre a obra do Pe. Antonio Vieira e a do Pe. Manuel da Nóbrega reside no fato de que os sermões vieirianos ligam-se ao Cultismo, enquanto que o sermonário de Nóbrega liga-se ao Conceptismo.
b. ( ) Originando-se na Espanha, o período Barroco é contemporâneo, em Portugal, da união das coroas espanhola e portuguesa, e grande parte da literatura produzida nesse período é de cunho religioso, messiânico e moralista.
c. ( ) O Cultismo, uma das tendências manifestadas pela literatura portuguesa do período seiscentista, caracteriza-se pela atitude analítica e racional adotada perante os temas propostas.
d. ( ) O Conceptismo ou Conceitismo, uma das tendências manifestadas pela literatura portuguesa da época setecentista, pode ser considerado influência de Luís Gôngora, poeta espanhol.
26. Odes Modernas, um dos livros que deram origem à Questão Coimbrã, é de autoria de:
a. ( ) Pinheiro Chagas b. ( ) Antonio Feliciano de Castilho
c. ( ) Teófilo Braga d. ( ) Antero de Quental
27. Clepsidra é uma obra ligada ao:
a. ( ) Simbolismo b. ( ) Parnasianismo
c. ( ) Realismo d. ( ) Modernismo
28. “Um pouco mais de sol – eu era brasa,
Um pouco mai de azul – eu era além,
Para atingir, faltou-me um golpe de asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém…
Assombro ou paz? Em vão… Tudo esvaído
Num baixo mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho – ó dor! – quase vivido…
Assinale a alternativa que contem a afirmação correta a respeito do texto acima, de autoria de Mário de Sá Carneiro:
a. ( ) O poema revela o narcisismo ególatra, característico da poesia de Sá Carneiro.
b. ( ) O poema consiste num dos raros momentos da poesia de Sá Carneiro onde se percebem claramente elementos de origem futurista.
c. ( ) O poema manifesta a ânsia de fuga de uma realidade estreita para as regiões ideais de um “além” indefinido.
d. ( ) O poema se aproxima do Simbolismo, pela fusão sinestésica de sons cores e perfumes.
29. “Dar, pela primeira vez, grande importância aos movimentos de massa, adotar um ponto de vista popular e considerar as causas econômicas e psicológicas do processo histórico” são afirmativas que se podem fazer a respeito da obra de:
a. ( ) João de Barros b. ( ) Camões
c. ( ) Alexandre Herculano d. ( ) Fernão Lopes
30. Assinale a alternativa correta:
a. ( ) Embora a ideia da realização da Semana da Arte Moderna tenha sido de Di Cavalcanti, não houve participação das artes plásticas.
b. ( ) O jornal O Pirralho fundado por Oswaldo de Andrade, só influiu nas letras modernistas a partir de 1942, quando entrou em circulação.
c. ( ) O ano da exposição de Anita Malfatti foi 1917. Como reação a essa exposição foi que Monteiro Lobato escreveu o artigo Paranóia ou
Mistificação.
d. ( ) Victor Brecheret, o famoso escultor do modernismo, escreveu um artigo para jornal que causou escândalo: O Meu Poeta Futurista.
31. Os versos: “Estou farto do lirismo comedido/Do lirismo bem comportado”, cuja mensagem consiste em buscar o material poético no cotidiano, revelando ao mesmo tempo o artificialismo parnasiano, pertencem a:
a. ( ) Mário de Andrade b. ( ) Raul Bopp
c. ( ) Guilherme Almeida d. ( ) Manuel Bandeira
32. Geralmente, a denominação “estilo telegráfico” refere-se a um famoso poeta e romancista da primeira fase do Modernismo brasileiro. Trata-se de:
a. ( ) Oswaldo de Andrade b. ( ) Manuel Bandeira
c. ( ) Mário de Andrade d. ( ) Raul Bopp
33. Tipo de poema em que se põe em prática a semelhança do processo lírico e do procedimento humorístico. Foi muito usado pelos modernistas como instrumento de deboche da estética tradicional. Trata-se de:
a. ( ) poema-prosa b. ( ) poema de versos livres
c. ( ) poema-piada d. ( ) poema épico
34. O manifesto antropofágico que, entre outras coisas, afirmava: “Tupy or not tupy, that is the question”, foi da autoria de:
a. ( ) Mário de Andrade b. ( ) Cassiano Ricardo
c. ( ) Oswaldo de Andrade d. ( ) Manuel Bandeira
35. Assinale a alternativa que contenha apenas romances de autoria de Eça de Queirós:
a. ( ) A Morgadinha dos Canaviais, A Corja, O Egito
b. ( ) A Capital, O Mandarim, Correspondência de Fradique Mendes
c. ( ) Os Simples, Últimas Páginas, A Morte de D. João
d. ( ) O Crime do Padre Amaro, O Primo Basílio, O Mulato
36. O Naturalismo distingue-se do Realismo através dos seguintes traços:
a. ( ) exatidão na descrição de fatos, desejo de impessoalidade, e aplicação de métodos científicos.
b. ( ) exatidão na descrição de fatos, desejo de impessoalidade e temas históricos.
c. ( ) desejo de impessoalidade, aplicação de métodos científicos e palavras simbólicas.
d. ( ) exatidão nas descrição dos fatos, aplicação de métodos científicos e linguagem medieval.
37. Os principais poetas parnasianos, no Brasil, foram:
a. ( ) Olavo Bilac, Álvares de Azevedo, Vicente de Carvalho e Manuel Bandeira.
b. ( ) Alberto de Oliveira, Raimundo Correia, Olavo Bilac e Casimiro de Abreu.
c. ( ) Raimundo Correia, Vicente de Carvalho, Junqueira Freire e Alberto de Oliveira.
d. ( ) Olavo Bilac, Alberto de Oliveira, Raimundo Correia e Vicente de Carvalho.
38. Assinale a alternativa que só contém obras de Machado de Assis:
a. ( ) Memorial de Aires, Iaiá Garcia, Helena, Dom Casmurro, O Mulato
b. ( ) Memórias Póstumas de Brás Cubas, Esaú e Jacó, O Cortiço
c. ( ) Histórias da Meia-Noite, Papéis Avulsos, Relíquias da Casa Velha
d. ( ) Desencantos, Quincas Borba, A Carne, Os Deuses de Casaca
39. Os gêneros em que a obra literária de Rui Barbosa foi escrita são:
a. ( ) a oratória e o jornalismo
b. ( ) a poesia épica e a lírica social
c. ( ) a oratória e o ensaio jurídico-filosófico
d. ( ) o teatro e a sátira
40. Seu nome acha-se vinculado às campanhas nacionalistas. Batalhou também pela exploração do nosso ferro e petróleo. Escreveu Urupês, livro de contos. Trata-se de:
a. ( ) Lima Barreto b. ( ) Monteiro Lobato
c. ( ) Euclides da Cunha d. ( ) Joaquim Nabuco
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GABARITO
1. b 2. A 3. C 4. C 5. D 6. C 7. B 8. D 9. B 10. C
11. a 12. A-III; B-I; C-IV; D-II 13. C 14. C 15. B 16. A 17. B 18. d 19. C 20. D
21. A 22. B 23. C 24. C 25. B 26. D 27. A 28. C 29. C 30. C
31. D 32. A 33. C 34. C 35. B 36. A 37. D 38. C 39. A 40. B
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ANEXO A – PERIODIZAÇÃO DA LITERATURA PORTUGUESA
O quadro a seguir é uma síntese de tudo o que vai ser visto neste Curso de História da Literatura Portuguesa e Brasileira. Além de fornecer, de imediato, uma visão geral, servirá, também para nortear o desenvolvimento deste estudo.
As datas que indicam o início e o fim de cada época literária têm que ser entendidas apenas como marcos. Toda época literária apresenta um período de ascensão, um período máximo e um período de decadência, de forma que o declínio de um período e o aparecimento de outro só puderam ser sistematizados ao longo das pesquisas e estudo das obras literárias produzidas ao longo do tempo. Eis porque o estudo da Literatura está muito envolvido com a História.
A literatura portuguesa, que já abrange oito séculos de produção, pode ser dividida em três longos espaços de tempo, acompanhando as grandes transformações vividas pela Europa. Essas três grandes eras apresentam-se subdivididas em fases menores chamadas escolas literárias ou estilo de época.
1. Era Medieval
Essa era se inicia com o texto mais antigo escrito em língua portuguesa, datado de 1198 – A Canção ou Cantiga da Ribeirinha – de Paio Soares de Taveirós e termina em 1527, com o volta do exílio de Sá de Miranda da Itália, em que foi o responsável pela introdução das características clássicas renascentistas na produção literária portuguesa. Compreende dois períodos literários:
- o Trovadorismo, começa no ano 1198 (aparecimento do texto Cantiga da Ribeirinha) e termina em 1434 (ano da nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo, em Portugal).
- o Humanismo, começa no ano 1434 (ano da nomeação de Fernão Lopes) e termina em 1527 (retorno de Sá de Miranda para Portugal)
2. Era Clássica
Em Portugal, a era Clássica compreende os séculos XVI, XVII e XVIII, e se inicia em 1527, com a volta de Sá de Miranda do exílio na Itália e termina em 1825, com a publicação do poema “Camões”, de Almeida Garret. Compreende três períodos literários:
- o Classicismo, começa em 1527, com a volta de Sá de Miranda do exílio e termina em 1580, ano em que Portugal passa para o domínio espanhol.
- o Barroco, começa em 1580, com o início do domínio espanhol em Portugal e termina em 1756, ano da fundação da Arcádia Lusitana.
- o Arcadismo, começa em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana e termina em 1825, com a publicação do poema “Camões”, de Almeida Garret.
3. Era Moderna
Está inserida nos séculos XIX e XX, a partir de 1825, com a publicação do poema “Camões”, de Almeida Garret, até os dias atuais. Compreende quatro períodos literários:
- o Romantismo, inicia-se com a publicação do poema “Ca-mões” de Almeida Garret e termina com em 1865, com a Questão Coimbrã.
- o Realismo, inicia-se em 1865, ano da Questão Coimbrã e termina em 1890, com a publicação da obra “Oaristo”, de Eugênio de Castro.
- o Simbolismo, começa em 1890, com a publicação de “Oa-risto”, até 1915, ano em que é lançada a revista Orpheu.
- o Modernismo, começa em 1915, ano do lançamento da revista Orpheu, até aos nossos dias.
As eras literárias portuguesas praticamente coincidem com os grandes períodos da História denominados idades. Observe:
Período da História |
Entre os anos |
Era literária |
Idade Média |
1000 e 1502 (séculos X a XV) |
Medieval |
Idade Moderna |
1453 e 1825 (séculos XVI a XVIII) |
Clássica |
Idade Contemporânea |
A partir de 1789 (séculos XIX, XX e XXI) |
Moderna |
Essa coincidência na produção cultural de um povo está estreita-mente ligada ao momento histórico vivido por esse povo. Por isso é importante saber um pouco de História Geral e do Brasil, porque só assim é possível compreender e identificar as características contidas em determinadas obras literárias e porque elas são importantes na vida cultural atual.
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ANEXO B – PANORAMA HISTÓRICO-LITERÁRIO PORTUGUÊS
Escola literária |
Datas início/término |
Fatos históricos no mundo europeu |
Fatos históricos em Portugal |
Fatos históricos no Brasil |
Trovadorismo |
1189 a 1434 |
Sistema de governo feudal; teocentrismo; aparecimento das primeiras faculdades; as Cruzadas. | Organização e consolidação de Portugal como Estado |
Não havia sido descoberto |
Humanismo |
1434 a 1527 |
Fim do sistema feudal; expansão do comércio; antropocentrismo; a burguesia. | A revolução de Avis; as grandes navegações portuguesas | Portugueses chegam à costa do Brasil em 1500; literatura informativa e dos jesuítas |
Classicismo |
1527 a 1580 |
Movimento renascentista; capitalismo mercantil; reforma protestante; fortalecimento da burguesia | Império português no Oriente; comércio de especiarias; instalação da Inquisição. | O Brasil torna-se colônia de Portugal; exploração do pau-brasil |
Barroco |
1580 a 1756 |
Contra-reforma; mercantilismo; descobertas de Galileu, Kleper e Newton | Domínio espanhol; Companhia de Jesus | Cultura da cana de açúcar; escravidão negra; revoltas nativistas; expansão territorial; procura do ouro e criação de gado |
Arcadismo |
1756 a 1825 |
Iluminismo; 1ª revolução industrial; revolução francesa; independência dos Estados Unidos | Governo de Pombal; expulsão dos jesuítas; invasão de Portugal por Napoleão; a corte real portuguesa no Brasil | Invasões francesas e holandesas; chegada da corte portuguesa; inconfidência mineira; independência do Brasil |
Romantismo |
1825 a 1865 |
Guerras napoleônicas; liberalismo burguês; ideias nacionalistas | Revolução do Porto; guerra civil; Regeneração | Movimentos nacionalistas e revolucionários; período de governo de D. Pedro I |
Realismo |
1865 a 1890 |
Ideias socialistas; Positivismo; Evo-lucionismo; 2ª revolução industrial; surgimento do proletariado | Decadência da monarquia; pri-meiras greves organizadas; Portugal liga-se ao resto da Europa por estradas de ferro | Período do governo de D. Pedro II; abolição da escravidão; a Guerra do Paraguai; proclamação da república |
Simbolismo |
1890 a 1915 |
Freud e a psicanálise; expansão do capitalismo; | Evolução do pensamento repu-blicano; a crise econômica; | Consolidação do regime republicano no Brasil. |
Modernismo | 1915 até hoje
(ano 2012) |
1ª e 2ª Guerras mundiais; revolução russa; grande crescimento econômico; desenvolvimento da comunicação e dos transportes; ideias de um mundo globalizado | Estado Novo, ditadura salazarista; revolução de 25 de abril | A ditadura de Vargas; ditadura militar de 1964 a 1986; consolidação do sistema presidencialista e republicano. |
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LEITURA COMPLEMENTAR
Nas tuberosidades isquiáticas
Trata-se de uma portaria do senhor ministro do Trabalho sobre a propalada reivindicação dos comerciários para trabalharem sentados. Conforme vocês sabem, os comerciários, gente que trabalha em lojas, atendendo os fregueses, servindo em balcões, recepcionando visitantes, é tudo gente que trabalha em pé. Claro, trabalha em pé por causa da natureza de suas funções, do contrário, todos sentariam, pois comerciário não é mais sabido nem mais burro do que ninguém: é uma classe como outra qualquer.
Mas é sempre assim: de vez em quando aparece um digno representante da classe inventando besteira para ganhar a simpatia alheia, que capitalizará para um outro troço qualquer, que hoje em dia ninguém é bonzinho de graça.
Recentemente apareceu um cara reivindicando para os comerciários o direito de trabalharem sentados. É uma imbecibilidade essa reivindicação, porque comerciário que pode trabalhar sentado já trabalha assim, mas tem uns que, se sentarem, podem perder o emprego (nunca esquecendo que jogador de futebol, por exemplo, desconta para o IAPC e se sentar no trabalho tá barrado do time).
No entanto, o tal cara apareceu, conseguiu as adesões de praxe, fez a onda e o ministro do Trabalho, conivente com a demagogia boboca, meteu lá a portaria que foi cair nas mãos de agentes da Pretapress. A portaria reza: “Art. 1º – para evitar a fadiga, será obrigatório, nos locais de trabalho, a colocação de assentos ajustáveis, para utilização dos empregados. § único – os assentos devem possuir os seguintes requisitos mínimos de conforto: a) ajustáveis à altura do empregado e à natureza de sua função; b) permitir que o empregado mantenha os pés apoiados, a pernas fazendo ângulo reto com eles e com as coxas; c) apresentar bordas arredondadas e escavações para as tuberosidades isquiáticas; d) possuir encostos.”
De toda essa besteira, que patrão nenhum levou a sério, mesmo com a assinatura do ministro, o que me deixou mais cabreiro foi a exigência de escavações para as tuberosidades isquiáticas. Que diabo seria isso?
Tuberosidade é o nome vernacular que se dá às excrescências carnudas, e isquiática, com o perdão da palavra, é aquilo que tem relação com o ísquio, ou seja, parte inferior do osso ilíaco, aquele que forma os quadris dos esqueletos. Mesmo assim fiquei boiando em matéria de “escavações para as tuberosidades isquiáticas” e, quando estou em dúvida, faço o que todos deviam fazer: consulto Tia Zulmira. A velha é batata e num instante matou a charada:
– Meu filho, tá na cara, embora eu esteja dizendo isto em sentido figurado. Não tá na cara não, mas “escavações para tuberosidades isquiáticas” só pode ser porta-nádegas.
(Stanislaw Ponte Preta. FEBEAPÁ – Festival de Besteiras que Assola o País, vol. 1)
Excelentes resumos das eras e períodos literários***
MUITO BOM!