Texto para interpretação 41 – Nível Fundamental
SER FILHO É PADECER NO PURGATÓRIO
( NOVAES, Carlos Eduardo. Juvenal Ouriço repórter. Rio de Janeiro,
Editora Nórdica, 1977
– Pssiu, psssiu!
– Eu? – virou-se Juvenal, apontando o próprio peito.
– É. O senhor mesmo. – confirmou o comerciante à porta da loja. Venha cá por favor.
Juvenal aproximou-se. O comerciante inclinou-se sobre ele e, como que lhe segredasse algo, perguntou:
– O senhor tem mãe?
– Tenho.
– Gosta dela?
– Gosto.
– Então é com o senhor mesmo que eu quero falar. Vamos entrar. Tenho aqui um presente especial para sua mãe.
– Tem mesmo? Mas por que o senhor não entrega a ela pessoalmente?
– Porque ela é sua mãe, não é minha. O senhor é que deve entregar o presente.
– Está bem. Então o senhor me dá que eu dou pra ela.
– Dar, não. – corrigiu o comerciante. – Infelizmente, não estamos em condições. As vendas só subiram 75%. Vou ter que lhe vender o presente.
– Mas eu não estava pensando em comprar um presente agora para minha mãe. O aniversário dela é em novembro.
– Não é pelo aniversário. É pelo dia das mães.
– Dias das mães? – repetiu Juvenal, sempre desligado. – Mães de quem?
– Mães de todos. É depois de amanhã, domingo.
– É mesmo? E quem disse isso?
– Bem…
– Está na Bíblia?
– Não. Ele foi criado por nós, comerciantes, para permitir que vocês manifestem seu amor e carinho por suas mães.
– Puxa, vocês são tão legais. Eu não sabia que os comerciantes gostavam tanto da mãe da gente.
– Pois acredite. E olhe, vou lhe contar um segredo: nós gostamos mais da mãe de vocês do que da nossa.
– É mesmo? E por que assim?
– Porque a nossa não deixa lucro. Pelo contrário. Todo ano, no dia das mães, sou obrigado a desfalcar a loja para presenteá-la.
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Lido o texto, responda às questões a seguir, assinalando a única opção correta: –
1. O comerciante perguntou se Juvenal gostava de sua mãe porque queria:
a. ( ) deixá-lo emocionado. b. ( ) expor seus sentimentos
c. ( ) vender-lhe um presente. d. ( ) saber se ele era um bom filho
2. Com esse texto, o autor pretendeu demonstrar que:
a. ( ) merece purgatório quem esquecer o Dias das Mães.
b. ( ) o comércio se importa apenas com o lucro das vendas.
c. ( ) o amor filial se torna mais evidente no Dias das Mães.
d. ( ) um único dia no ano é pouco para homenagear as mães.
3. Em que dia da semana o comerciante conversou com Juvenal?
a. ( ) segunda-feira b. ( ) domingo c. ( ) sexta-feira d. ( ) quarta-feira
4. Em: “… sou obrigado a desfalcar a loja…”, a palavra em destaque pode ser substituída por:
a. ( ) diminuir b. ( ) desperdiçar c. ( ) furtar
Responda com suas palavras, mas de acordo com a ideia do texto:
5. Por que Juvenal pareceu surpreso quando o comerciante se referiu ao Dias das Mães? _________________________________________________
6. Pelo que se lê no texto, Juvenal costumava presentear sua mãe? Justifique sua resposta. __________________________________________
7. O comerciante afirma que gosta mais das mães dos outros que da sua. Por quê? ______________________________________________________
8. No trecho abaixo, as palavras em negrito podem ter sido empregadas de maneira imprópria. Corrija o emprego, trocando-as para o lugar certo:
Quando tentei confirmar meu amor pela Ingrácia, ela não me segredou que falasse e até demonstrou no meu ouvido que aquele momento era impróprio. Eu ainda tentei permitir, dizendo que todo momento era próprio, mas ela manifestou o que dissera e corrigiu certo desagrado pela minha insistência.
Quando tentei _________ meu amor pela Ingrácia, ela não me _______ que falasse e até ____________ no meu ouvido que aquele momento era impróprio. Eu ainda tentei ____________ dizendo que todo momento era próprio, mas ela __________ o que dissera e ____________certo desagrado pela minha insistência.
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GABARITO
1. (c) 2. (b) 3. (c) 4. (a) 5. Porque Juvenal era desligado.
6. O texto deixa supor que ele só a presenteava no dia de seu aniversário.
7. Porque, segundo o comerciante, as mães dos outros dão lucro para a loja e a dele dá prejuízo.
8. Quando tentei manifestar meu amor por Ingrácia, ela não me permitiu que falasse e até segredou no meu ouvido que aquele momento era impróprio. Eu ainda tentei corrigir dizendo que todo momento era próprio, mas ela confirmou o que dissera e demonstrou certo desagrado pela minha insistência.