TEXTO TÉCNICO PARA INTERPRETAÇÃO N° 13 – A ARTE DE ESCREVER
Para uma maior reflexão sobre a dificuldade que temos em produzir textos e sobre a importância deles na escola, propomos a leitura do texto de Matoso Câmara “A arte de escrever”.
- “Há, portanto, uma arte de escrever – que é a redação. Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável, para a qual falta, não obstante, muitas vezes, uma preparação preliminar.
- A arte de falar, necessária à exposição oral, é mais fácil na medida em que se beneficia da prática da fala cotidiana, de cujos elementos parte em princípio.
- O que há de comum, antes de tudo, entre a exposição oral e a escrita é a necessidade da boa composição, isto é, uma distribuição metódica e compreensível de ideias.
- Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido. Ninguém é capaz de escrever bem, se não sabe bem o que vai escrever.
- Justamente por causa disso, as condições para a redação no exercício da vida profissional ou no intercâmbio amplo, dentro da sociedade, são muito diversas das da redação escolar. A convicção do que vamos dizer, a importância que há em dizê-lo, o domínio de um assunto da nossa especialidade tiram à redação o caráter negativo de mero exercício formal, como tem na escola.
- Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem.
- Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo. […]
- A arte de escrever precisa assentar numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido; depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros, com bom resultado, escreveram.”
JOAQUIM MATTOSO CÂMARA JR. Manual de expressão oral & escrita. 7a. Edição, Vozes, Petrópolis, 1983.
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Depois de ler o texto responda às questões abaixo:
- Explique com suas próprias palavras a seguinte afirmação, contida no parágrafo 1: “[ A redação] Não é uma prerrogativa dos literatos, senão uma atividade social indispensável…”
2. Qual é o principal ponto em comum entre a produção de um texto oral e a de um texto escrito?
3. Explique o que o autor quer dizer com: “Impõe-se igualmente a visualização de um objetivo definido” contido no parágrafo 4.
4. Quais as diferenças entre a produção de um texto no exercício da vida profissional ou social e a produção de um texto nas aulas de redação?
5. Embora seja um mero exercício formal, a prática de produção de textos na escola é útil e aparece justificada em algumas passagens do texto de Mattoso Câmara. Identifique algumas dessas passagens.
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Gabarito:
- Sua resposta deve conter o argumento de que escrever é uma atividade necessária a todo ser humano, pois trata-se de uma forma de comunicação na sociedade atual. Não é uma atividade exclusiva dos literatos e escritores profissionais. Todo homem, hoje, precisa saber ler e escrever para não ficar à margem das atividades sociais e profissionais.
2. O que essas duas formas de comunicação possuem em comum é a necessidade de uma exposição compreensível das ideias, onde se pode identificar a introdução, o desenvolvimento e a conclusão do assunto.
3. Para se escrever sobre qualquer assunto é necessário que se tenha, antes de tudo, um objetivo a ser atingido. O argumento é que não se pode escrever bem, se não se sabe para que ou para quem se vai escrever. É necessário se saber com que objetivo se vai escrever algo.
4. Segundo o autor do texto, a diferença é: na vida profissional escreve-se com convicção sobre assuntos que fazem parte da profissão de quem a exerce, isto é, existe certo domínio do conhecimento. A produção de textos na sala de aula (as redações), em geral, partem de um tema dado pelo professor, o qual nem sempre os alunos têm subsídios suficientes para desenvolvê-lo. Isto torna a redação escolar um mero exercício formal sem muito objetivo.
5. O autor justifica a prática da redação na escola, nos parágrafos 6, 7 e 8. O autor defende que mesmo se tratando de um mero exercício formal, ela é importante porque é nesse momento que se inicia o hábito de escrever, que deve ser seguido de leitura e interpretação de textos para se adquirir disciplina voltada para a análise crítica dos escritos de outras pessoas.
Não adianta ter todos os macetes para fazer uma boa redação, se não tiver conhecimento do assunto, cheguei a essa conclusão quado fui fazer um concurso do ministério da cultura, o tema era cultura, e eu não sabia nem o que era cultura, como eu iria dissertar sobre algo que eu só sei o nome e nada mais.