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Minhas Memórias

Minhas Memórias – cap. 4

By 27 January 2020No Comments

4. LEMBRANÇAS CULTURAIS

          O pai desta minha professora tinha uma loja bem em frente da sua casa de morada na Rua da Instalação. Acho que ele vendia aquelas estátuas de mármore que costumavam colocar nas sepulturas daquela época, pois lembro-me de anjos, pequenos e grandes, com suas asas abertas; estátuas de homens, mulheres e crianças nas cores preto e branco. Eu admirava aquelas esculturas porque as achava bonitas e porque seus semblantes transmitiam uma sensação e paz e ternura. Nunca tive medo de olhá-las e D. Sílvia nos levava de vez em quando à loja e nos contava histórias utilizando as figuras das estátuas. Talvez ela quisesse despertar em nós, crianças, o gosto em admirar um trabalho artístico.

          Um outro momento cultural proporcionado por minha mãe, quando ainda morávamos na Rua Itamaracá, foi à ida a um circo.

          Havia uma área sem nenhuma edificação bem no centro da cidade de Manaus. Esta área fica às margens do Rio Negro e era toda cercada por altas grades de ferro. Fica localizada em frente à Praça Tenreiro Aranha. Lembro-me de que, um dia, debaixo de uma forte chuva, fui levada para dentro desta área onde estava armada uma grande tenda. Era um circo. Vi muitos animais dentro de jaulas: leões, tigres, elefantes, zebras, cavalos, macacos. Era uma época em que os animais eram usados em espetáculos de circo. Depois o circo foi embora, mas deixaram para trás as lhamas à sua própria sorte, pois sempre que eu passava por lá, via esses animais pastando. 

          Também dentro dessa área, lembro-me de ter assistido a algumas peças de teatro infantil, que eram encenadas num palco de madeira coberto de telha de barro. Os espectadores ficavam sentados ao ar livre em bancos de madeira fixados no chão, enquanto os atores se apresentavam no palco. Dentre as peças que assisti, lembro-me da história do Chapeuzinho Vermelho, pois a figura do Lobo Mau foi tão impressionante que ainda a tenho viva em minha memória.

          Essas oportunidades de ter contato com as artes e a cultura sempre fizeram parte da educação que minha mãe tinha em mente para mim. Seja para entretenimento, seja porque ela desejava que eu aprendesse alguma coisa, o fato é que ela sempre me levava para esses espetáculos culturais. 

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