Skip to main content
Minhas Memórias

Minhas Memórias – cap. 35

By 20 February 2020No Comments

35. A CASA NOVA

          Enquanto o clima afetivo entre eu e Roberto continuava morno, minha vida profissional ia melhorando, e com isso meu salário ia aumentando em virtude de vários convites que recebi para exercer cargos de chefia dentro da Secretaria de Educação.

          Isso proporcionou-me colocar em prática um sonho: o de construir uma casa de alvenaria no lugar da casa de madeira. Roberto já não resistia à ideia de termos um local mais confortável para morar e não colocou nenhum obstáculo. Como seu salario só dava para comprar o mínimo necessário para manter a família, fui eu, como a ajuda de meu pai, quem colocou em prática a ideia.

          Naquele tempo não havia a facilidade que hoje se tem em financiar a construção de uma casa. Por isso, fui comprando, aos poucos, tijolos, telha, areia, pedra, barro, etc… Ainda havia a parte burocrática da obra, isto é, a planta da casa que deveria ser assinada por um engenheiro autorizado pela Prefeitura de Boa Vista, uma vez que o CREA ainda não existia aqui.

          Então desenhei numa folha de papel almaço, um croqui com as áreas que eu queria que tivesse na casa. Tudo isso, definido no tamanho que eu queria e sua localização. O desenhista só teve o trabalho de passar para o papel, dentro das normas do desenho arquitetônico.

          A casa onde morei até abril/2015 é a mesma que concebi no papel. Não houve nenhuma alteração na sua estrutura. Roberto não se interessava em opinar, e eu tomei a frente do que deveria ser feito, juntamente com meu pai, desde a compra dos materiais até a contratação dos operários que a construíram.

          A estrutura da casa (alicerce, paredes e cobertura) levou um ano para ser concluída. Por isso tivemos que alugar uma casa e nos mudamos para uma casa no mesmo bairro onde morávamos e que não ficava longe, na rua Abraim Xaud.

          Nessa altura da vida eu já tinha três filhos: Izabel Cristina, Ellen Carmen e Roberto Júnior. Júnior nasceu em MAI/1979 e nos mudamos para a casa alugada em AGO/1979. Só no ano seguinte é que fomos morar na nova casa. Ainda faltava muita coisa a ser feita. As paredes não estavam rebocadas, o piso ainda estava no cimento grosso, as portas e janelas de ferro não tinham vidro. As únicas áreas que fiz questão e pude completar seu acabamento antes da mudança, foram o banheiro comum da casa e a cozinha, mas nesta área, só foi feito a parte das paredes e pia. O piso foi feito depois.

          A decisão de vir morar na casa semi-acabada foi o fato de estar pagando aluguel e construindo ao mesmo tempo.

          Quem mais sofreu nessa casa nova foi o Júnior. Ele já estava começando a andar e o piso da casa nova ainda era de cimento grosso. Em geral, seus joelhos ficavam arranhados com os movimentos bruscos que fazia para ensaiar os primeiros passos. Mas o fato de não pagarmos mais aluguel proporcionou investimento na compra dos materiais que faltavam para concluir o acabamento do piso, reboco das paredes, etc…

          Finalmente, um pouco antes da Greice Kelly nascer (OUT/1982) consegui terminar a casa, faltando apenas parte do forro interno da casa.

Leave a Reply