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Minhas Memórias

Minhas Memórias – cap. 40

By 20 February 2020No Comments

40. “DEUS É O NOSSO REFÚGIO E FORTALEZA, SOCORRO BEM PRESENTE NAS TRIBULAÇÕES.” (Salmo 46:1)

          Saí do Banco, com o coração cheio de júbilo e dando graças ao Senhor. Sabia que Ele havia comandando todo aquele processo, mas eu estava maravilhada era com a forma que Ele deu para solucionar a situação. Mas o melhor ainda estava por vir.

          Comecei, então, a pagar o valor que havia combinado com a gerência do Banco do Brasil. Calculei que iria levar muito tempo, pois não tinha perspectiva de pagar mensalmente nada acima do valor mínimo determinado. Meu salário não aumentava, pois o Governo Federal estava passando por um período de contensão de despesas.

          Terminado o período da licença-gestante voltei a trabalhar e dessa vez fui chamada para assumir um cargo de chefia, o qual me proporcionou um aumento de renda para melhorar as condições de compra de alimentos. Não tínhamos passado fome, mas o dia-a-dia em casa estava sendo muito regrado. Mas eu dava graças a Deus porque eu ainda tinha dinheiro para comprar apenas o básico: pão, leite, carne, feijão e arroz. E tudo era feito sem desperdício. Não me lembro de ter de jogar comida fora por não ter sido consumida. A quantidade que minha sogra fazia era o suficiente para a alimentação diária. Mas, mesmo que houvesse condições de fartura, nunca fui de desperdiçar alimento, porque cresci vendo minha mãe, minha tia Raimunda, a Nenê (amiga de minha mãe com quem morei em Manaus), fazendo a quantidade de comida que fosse necessária para nos alimentarmos no dia. Por isso, hoje (ano de 2015) fico muito triste quando vejo o desperdício de alimentos na casa de minha filha Izabel. Vem à minha mente, quantas pessoas não têm o que comer naquele momento e nós, aqui, jogando comida fora. Além do que é o mesmo que se estar jogando dinheiro no lixo.  Os cachorros Napoleão e Josefine é que passam bem, pois o que sobra e não é consumido por nós, é destinado a eles. Menos mal!

          Mas como eu disse linhas atrás, o melhor ainda estava por vir.

          Tenho, porém de voltar atrás, no tempo, para relatar minha situação como funcionaria pública federal.

          Quando o ex-Território Federal de Roraima foi transformado em Estado quando da promulgação da nova Constituição do Brasil (1988), todos os servidores que tinham carteira de trabalho assinada foram absorvidos como funcionários federais do quadro permanente da União. E esse enquadramento levou em consideração o tipo de contrato registrado na Carteira de Trabalho e o nível de escolaridade que o servidor tinha na época. O meu contrato era de Técnico em Educação e eu tinha concluído o curso de Licenciatura Curta em Letras. E como eu, vários colegas também tinham esse mesmo contrato. Quando a Comissão do Ministério do Interior, que era o órgão federal que administrava tudo o que era relativo aos Territórios Federais (Amapá, Rondônia e Roraima) nos enquadrou, esta mesma Comissão entendeu que por não termos Licenciatura Plena nos colocou como funcionários de ensino médio. Quando soubemos disso, começamos a reivindicar que tal decisão fosse revista. Entramos com pedido através de processo administrativo encaminhado pelo Governo Territorial da época (não lembro quem era), pois ainda estávamos no período de transição. O certo é que não tivemos resposta. Procuramos o deputado que representava o Estado (acho que era o Dr. Mozarildo Cavalcante), para que pleiteasse junto à Administração Federal a revisão de tal situação. E nada! Não obtivemos resposta. Nosso argumento era que nossa escolaridade era de nível superior uma vez que os cursos de Licenciatura Curta, por lei, permitia nossa atuação como professores licenciados para atuar em todo Ensino Fundamental e Médio. E além disso só as Universidades podiam expedir o diploma desses cursos, que eram considerados cursos de nível superior.

          O tempo passou e nós já tínhamos perdido a esperança de conseguir a revisão do tal enquadramento para cargo de nível superior. O fato é que um belo dia (eu já nem me lembrava mais do assunto) recebemos a notícia de que nosso pedido havia sido atendido e que daquele mês em diante passaríamos a receber o salário dentro do novo cargo e que também receberíamos um valor retroativo ao tempo em que deveríamos ter sido colocados dentro da nova situação funcional. Todos nós ficamos muito alegres e eu mais ainda, pois o valor retroativo que me foi pago, deu para pagar o restante da dívida que eu assumira com o Banco do Brasil.

          Nesse dia, dei louvores ao Senhor e rememorei o que diz a sua Palavra, no Salmo 37: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais Ele fará. Fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol do meio-dia.” (vers. 5 e 6). “Fui moço e já, agora, sou velho, porém jamais vi o justo desamparado, nem a sua descendência a mendigar o pão.” (vers. 25).

          Essas promessas maravilhosas foram e são realidades na minha vida.

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