26. O INÍCIO DE UMA NOVA ETAPA DA VIDA
O dia do casamento foi muito cheio de atividades. Havia um casal na igreja do qual me tornei muito amiga: Valdemir Cavalcante e sua esposa Rosinha. Eles moravam bem em frente à igreja, vizinho do prédio onde funcionou por muito anos a Escola Boas Novas. Ele trabalhava na Rádio Roraima e Rosinha fazia artesanato para vender. Foi ela quem tomou à frente para a ornamentação do templo para a cerimônia, juntamente com outras moças e senhoras. Não tivemos despesas com isto. O casal foi nossa testemunha de casamento.
O dia amanheceu ensolarado, como a saudar-me. Eu despedi-me de minha mãe, pela manhã, levando uma mala com as poucas roupas que tinha e outros pertences. Dela não ouvi uma única palavra, nem um “deus te abençoe”. Saí chorando. Papai encontrava-se viajando para o interior e acho que não fez nenhuma força para vir ao casamento.
A casa onde íamos morar estava pronta para nos receber. Dias antes, eu havia ido lá para limpá-la e organizá-la com os poucos móveis e utensílios adquiridos. E foi lá que me aprontei para ir para a igreja. Não lembro quem me levou, mas cheguei lá, de carro, na hora combinada para a cerimônia, às 19 horas. Entrei só, no templo. Roberto já se encontrava lá, me esperando.
Pastor Jaime Augusto Lima foi quem conduziu a cerimônia religiosa, porque o casamento civil já tinha sido feito no dia anterior, no Cartório “Deusdete Coelho”. Após a cerimônia dirigimo-nos para casa, onde Dona Zuíla e Lourdes nos aguardavam. Elas haviam preparado algo para oferecer aos convidados. As duas sempre foram muito boas cozinheiras. Havia vatapá com arroz branco e farofa, acompanhados de um copo de refrigerante. E só. Não tínhamos condições de oferecer nenhum banquete mais requintado.